De acordo com a Gartner, a maioria das organizações financeiras ainda não implementou a IA em comparação com outras funções
Um inquérito recente da Gartner revelou que 61% das funções financeiras não têm planos para a implementação da Inteligência Artificial (IA) ou ainda se encontram na fase inicial de planeamento. Apenas 9% das organizações financeiras estão nas fases de expansão e utilização, em comparação com 20% de outras funções de apoio administrativo, como recursos humanos, jurídico, imobiliário, tecnologias de informação (TI) e compras. “Apesar do potencial da IA, as implementações de IA na maioria das funções financeiras permaneceram limitadas”, afirma Marco Steecker, Senior Principal na Gartner Finance Practice. “À medida que começam a traçar um plano sobre a melhor forma de priorizar esse investimento adicional, os CFO devem estabelecer parcerias com as suas equipas de liderança financeira para comparar o seu progresso atual com o dos seus pares e identificar recomendações concretas dos primeiros adotantes sobre a melhor forma de acelerar o uso da IA na sua função”. A investigação da Gartner – que contou com o testemunho de 130 líderes financeiros e 91 associados em funções de apoio administrativo – evidencia que quatro em cada cinco líderes financeiros preveem que, nos próximos dois anos, o custo e o esforço alocados para a implementação de IA nas finanças aumentarão. 52% dos líderes financeiros esperam que o custo e o esforço aumentem em mais de 10%. As finanças estão atualmente bastante atrasadas comparativamente a outras funções, no que diz respeito aos investimentos nas tecnologias de IA por parte da organização, segundo a Gartner. “Esse atraso é ainda maior se houver IA generativa, com apenas 1% das funções financeiras a adotar ou com intenção de investir na tecnologia”, acrescenta Steecker. “Isso é comparado ao atendimento ao cliente e às funções de TI, onde aproximadamente 10-20% adotaram ou pretendem investir em IA generativa”. Para os líderes financeiros que ainda não utilizam IA, existem quatro razões principais para este atraso: outras prioridades; falta de capacidades técnicas; dados de baixa qualidade; e casos de utilização insuficientes. As três últimas estão associadas a limitações assentes em fluxo de trabalho e capacidades. No entanto, o motivo mais frequentemente mencionado para a não adoção da IA é o facto de os líderes financeiros terem outras prioridades. “Isto fala de um aspeto importante das crenças dos líderes financeiros sobre a IA, que é que se trata de um projeto discreto que precisaria de ser adicionado separadamente ao roteiro de transformação da sua função”, explica Steecker. “O que esta perspetiva subestima é que a IA pode ser um facilitador crítico de ‘outras prioridades’ dos líderes financeiros, tais como um planeamento financeiro mais dinâmico ou eficiência de encerramento e consolidação”. As organizações financeiras que atualmente recorrem às tecnologias de IA utilizam-nas num conjunto diversificado de áreas financeiras. Segundo a Gartner, não existe uma área desproporcionalmente representada na utilização da IA no setor das finanças, sendo que as áreas mais comuns de utilização são o apoio na contabilidade, a deteção de anomalias/erros e a análise financeira. “Apesar dos diversos usos da IA nas finanças, a experiência tem sido amplamente positiva. Isto deverá ser uma notícia encorajadora para os CFO e outros líderes financeiros que estão a ponderar se devem investir e, em caso afirmativo, para onde devem direcionar esse investimento inicial”, conclui Steecker. |