Mais de metade das empresas vão adotar IA em RH até 2025, com desafios culturais pela frente

A Gartner identifica a falta de alinhamento cultural e organizacional como um dos maiores obstáculos à implementação de soluções de IA em Recursos Humanos, ferramentas que podem fortalecer a confiança e melhorar a experiência dos colaboradores

Mais de metade das empresas vão adotar IA em RH até 2025, com desafios culturais pela frente

Estimativas da Gartner preveem que, até 2025, 60% das empresas deverão implementar uma estrutura de Inteligência Artificial (IA) responsável no âmbito das tecnologias de Recursos Humanos (RH), com o objetivo de melhorar a confiança e a experiência dos colaboradores. No entanto, o relatório Hype Cycle for HR Technology 2024 revela que grande parte das inovações baseadas em IA ainda não atingiu o nível de resultados esperado.

O estudo identifica tendências como a gestão de competências habilitada por IA, mercados internos de talentos e assistentes virtuais de RH (HRVA) como áreas de destaque, mas aponta para desafios comportamentais e culturais que atrasam a implementação eficaz dessas tecnologias.

De acordo com Jeff Freyermuth, analista da Gartner, o entusiasmo em torno da IA generativa desviou investimentos de outras áreas. “A maioria dessas inovações não correspondeu ao seu hype exagerado. No entanto, mudanças culturais e comportamentais levam tempo, e os líderes de RH devem adoptar uma abordagem ágil para implementar novas tecnologias”, afirmou. Entre as soluções analisadas, destaca-se o uso da IA em RH, que está a transformar a forma como os colaboradores interagem com ferramentas de gestão, criando expectativas mais elevadas em termos de experiência do utilizador.

Tecnologias como os mercados internos de talentos (ITM) e o gerenciamento de competências habilitado por IA ganham relevância, ao fornecerem insights sobre as habilidades disponíveis nas organizações e ao facilitarem a combinação de talentos com oportunidades internas. Helen Poitevin, também analista da Gartner, ressaltou que “dados de competências mais dinâmicos transformam a gestão da força de trabalho”. No entanto, a falta de preparação cultural e organizacional ainda é uma barreira para a adoção desses modelos mais ágeis.

Os assistentes virtuais de RH encontram-se num ponto de transição, passando do auge das expectativas inflacionadas para uma fase de ajustamento às realidades do mercado. Embora sejam promissores para simplificar tarefas burocráticas e melhorar a eficiência dos processos de RH, a sua implementação enfrenta dificuldades em igualar as expectativas definidas por chatbots e aplicações de consumo amplamente disponíveis.

Segundo o Hype Cycle for HR Technology 2024, os líderes de RH que optarem por criar interfaces unificadas para esses assistentes podem aumentar as taxas de adoção e proporcionar uma melhor experiência aos funcionários.

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