Estudo sobre transformação, competências e aprendizagem indica que 78% dos colaboradores estão preparados para considerar uma mudança profissional nas suas carreiras
A Cegoc divulgou os resultados do seu estudo internacional intitulado “Transformation, Skills and Learning” (Transformação, Competências e Aprendizagem). O estudo engloba 4.005 colaboradores e 377 Diretores e Gestores de RH ou Diretores e Gestores de Formação. Todos os inquiridos trabalham em organizações do setor privado e público com cinquenta ou mais colaboradores, em países como Portugal, França, Alemanha, Itália, Espanha, Singapura e Brasil. Em comunicado, Catarina Correia, Head of Marketing & Communication da Cegoc, afirma que “vivemos tempos complexos, nos quais o tecido empresarial e, por inerência, os seus colaboradores, tem de se adaptar a circunstâncias totalmente inesperadas. Se a isto juntarmos a transformação digital que se verifica, bem como a mudança de mentalidade nos profissionais, para com a profissão e para com as organizações onde exercem as suas funções, temos uma conjuntura que exige especial atenção por parte dos gestores. Os resultados deste survey demonstram-no. Desde logo, verifica-se uma maior predisposição dos colaboradores em participar em ações de formação no interior das empresas. Mas também das equipas de recursos humanos em organizar ações que valorizem e extraiam o potencial das suas pessoas. Tudo isto, numa crescente personalização dos conteúdos, definidos de acordo com o perfil de cada um”. As mudanças tecnológicas (mudanças nos sistemas de informação, na cibersegurança) e sociais (novas formas de trabalho, a transição ecológica) têm um grande impacto no desenvolvimento das competências dos colaboradores. Quando questionados sobre os grandes desafios de transformação que terão o maior impacto no desenvolvimento das competências dos seus colaboradores nos próximos dois anos, os Diretores e Gestores de RH internacionais mencionam, sobretudo, a transformação digital (61%), as novas formas de trabalho (52%) e a cibersegurança (39%). Isto é consistente com o que a Cegoc está, atualmente, a observar entre os seus clientes, com um número crescente de projetos de TI (uma prova de que a transformação digital ainda não está completa em muitas organizações) e pedidos de formação ligados a mudanças nos métodos de trabalho (trabalho híbrido, aumento dos acordos de teletrabalho, métodos de trabalho ágeis etc.) Em Portugal, a evolução de sistemas de informação e Transformação Digital assume especial relevância, de acordo com 60% Diretores e Gestores de RH nacionais, ao encontro dos dados registados a nível internacional, cerca de 61%. Perante estes grandes desafios de transformação, os Diretores e Gestores de RH parecem estar menos apreensivos do que anteriormente: segundo os mesmos, 20% dos postos de trabalho na sua organização estão em risco de se tornarem obsoletos nos próximos três anos. Isto representa uma diminuição de 25 pontos percentuais em relação a 2021. A razão para tal pode ser a experiência adquirida desde a crise na área da saúde: mudanças bem-sucedidas sob pressão têm demonstrado que as organizações têm capacidade de resistência e adaptação. Além disso, em alguns setores, os Diretores e Gestores de RH estão agora concentrados nas dificuldades de recrutamento, sendo o grande desafio atrair e reter talentos. A transformação dos perfis das organizações é contínua, e o Planeamento Estratégico dos colaboradores continua a ser um grande desafio de RH em todo o mundo. Globalmente, esta tendência é vista mais como um criador (de empregos e novas profissões) do que como um destruidor (redução de efetivos, desaparecimento de certas profissões etc.). Assim, os Diretores e Gestores de RH antecipam a criação de empregos (para 58%), a que se segue o aparecimento de novas profissões (54%), e, em menor grau, o desaparecimento de certas profissões (33%). Esta observação global é confirmada pelo aumento de reskilling observado pela Cegoc especialmente em determinados setores empresariais (por exemplo, o comércio retalhista). A fim de lidar com o impacto da mudança tecnológica nas áreas de negócio e competências da sua organização, o upskilling (aumento das competências na função que desempenha) continua a ser a principal alavanca que os Diretores e Gestores de RH planeiam utilizar (66%, uma redução de 6 pontos percentuais em relação a 2021). As abordagens de reskilling (desenvolvimento de competências com vista a mudança de funções) estão a ganhar terreno, conforme foi indicado por 60% dos Diretores e Gestores de RH (aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2021). Há um forte desejo por parte das organizações de aumentar a mobilidade interna. Talvez seja algo que também deva ser visto como uma alternativa às dificuldades crescentes em recrutar e reter talentos. |