Um novo estudo revela que dois terços dos líderes de talento aumentaram o investimento em inteligência artificial durante o último ano
A Randstad lançou o mais recente “Talent Trends Report 2024”, um relatório que vai já na sua nona edição e que conta com a resposta mais de mil líderes C-level em 21 mercados a nível global e que identifica as dez principais tendências de recursos humanos e de atração de talento em 2024. O estudo identifica três grandes tópicos que vão marcar as estratégias de atração e retenção de talentos: a Inteligência Artificial (IA) e a sua conjugação com as skills humanas; lacuna de competências; e, por fim, a importância de investir na experiência das pessoas. Relativamente à IA, os dados indicam uma mudança significativa em direção à adoção desta tecnologia em todo o ciclo de vida do talento, de forma a enfrentar desafios, como a escassez de talento e a aprimorar a eficiência operacional. A análise refere que a grande maioria (97%) dos líderes C- level concordam que a adoção da tecnologia criou maior engagement e que contribui para a atração e retenção de talento. Entre as várias tecnologias nas quais as organizações estão a investir, a procura pela IA cresceu de forma mais significativa no ano passado. Dois terços (66%) dos líderes de talento relataram este investimento, tendo sido verificado um aumento de 14% desde 2023. Embora os líderes de talento expressem algumas preocupações com esta tecnologia, como a redução da mão humana no local de trabalho (34%) e o risco de ampliar o viés ou usar a tecnologia de forma irresponsável (32%), a análise defende que os benefícios superam os riscos. No geral, 78% dos inquiridos afirmam que a IA pode identificar oportunidades para mobilidade interna. E também 78% acreditam que a IA é capaz de identificar oportunidades e lacunas de forma ágil, uma vantagem crucial num cenário altamente competitivo. Além da tecnologia, os dois principais desafios que os líderes de talentos preveem enfrentar no futuro estão muito relacionadas com as competências dos profissionais: o aumento da competição por skills difíceis de encontrar (34%) e a escassez crescente de skills de especialização (32%). Estes fatores contribuem para o desejo crescente da maioria das organizações (80%) de migrar para uma abordagem de contratação baseada em skills mais do que a formação académica. O pensamento crítico e a inteligência emocional são altamente valorizados ao contratar - representam um peso de 82% para candidatos de nível sénior e 80% para candidatos no início da carreira. Esses traços foram mais valorizados do que experiência no setor em questão e diplomas universitários, indicando que muitas empresas estão agora a caminhar em direção a um modelo de força de trabalho baseado em competências. O relatório conclui ainda que um em cada dez inquiridos referiu que diminuiu o seu foco em iniciativas relacionadas com Igualdade, Diversidade e Inclusão. Apesar desta diminuição, quase metade (48%) diz que tem o objetivo de melhorar ou expandir o seu eixo estratégico em termos de responsabilidade social corporativa. |