41% dos executivos inquiridos pela Adecco Group preveem que a adoção de tecnologias de IA na sua empresa levará a um corte de empregos em cinco anos
De acordo com um inquérito realizado pela Adecco Group, fornecedor de recursos humanos e agência de recrutamento, 41% dos executivos seniores de negócios esperam ter uma força de trabalho menor dentro de cinco anos, muito devido à implementação de tecnologias de inteligência artificial (IA). O estudo, que contou com o testemunho de executivos de duas mil grandes organizações a nível mundial, revela uma pretensão de cortes de emprego pela parte das empresas através do investimento na tecnologia emergente. Segundo a Adecco Group, existe uma “mentalidade de compra” em torno da IA, que “poderá exacerbar a escassez de competências e criar uma força de trabalho a duas velocidades”. “Apenas metade dos líderes afirma que irão realocar os funcionários afetados pela IA. As organizações devem repensar urgentemente esta abordagem, desenvolvendo competências relevantes dentro da organização para garantir a empregabilidade contínua da força de trabalho atual”, afirma o relatório. Alemanha e França são os países onde o número percentual é mais elevado, com 49% dos inquiridos a indicar que a sua empresa empregará menos pessoas dentro de cinco anos devido à IA. O número é mais baixo em Singapura, com 32%. Nos Estados Unidos, o número é de 36%. Ainda assim, 57% dos executivos seniores de negócios acreditam que as competências humanas continuarão a ter mais influência em relação à IA no local de trabalho, enquanto 78% consideram que a IA generativa desempenhará um “papel crítico no fornecimento de oportunidades de qualificação e desenvolvimento”. Rosanne Kincaid-Smith, Group Chief Operating Officer da Northern Data Group, empresa de serviços em cloud, afirma que a inteligência artificial reestruturará a força de trabalho, em parte com a criação de oportunidades. “Embora não se possa negar que o interesse comercial na IA tem sido impulsionado pela sua capacidade de reduzir o número de funcionários, a perturbação será positiva – estas indústrias têm sofrido durante décadas crises de competências, com escassez de talentos devido às elevadas barreiras à entrada”, sublinha Kincaid-Smith. “Em vez de combatê-la, precisamos de reavaliar os planos de carreira e investir na próxima geração de funcionários. Engenheiros robóticos, administradores de dados, analistas de descoberta de medicamentos – estes são os empregos de amanhã que dependem da IA”, acrescenta. |