Gastos com transformação digital continuam em crescimento

De acordo com o Worldwide Digital Transformation Spending Guide da IDC, os gastos mundiais com a transformação digital (DX) atingirão quase 3,9 mil milhões de dólares em 2027, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de cinco anos de 16,1%. Isto significa que a transformação digital continua a ser uma prioridade de escala global à medida que as organizações procuram tornar-se negócios digitais.

Os Estados Unidos serão responsáveis por 35,8% dos gastos mundiais em DX em 2023, um número que é quase igualado pela região Ásia/Pacífico (incluindo Japão e China), com 33,5% dos gastos. Segue-se a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), que representará 26,8% dos gastos com DX este ano, prevê a IDC.

Neste contexto, Angela Vacca, senior research manager, Data and Analytics, Europe, afirma que “as oportunidades de investimento irão variar, dependendo dos países, indústrias e casos de utilização”. 

“A geografia com crescimento mais rápido será a dos Nórdicos, onde as empresas de serviços financeiros e de telecomunicações/media serão as mais dinâmicas, aumentando os seus gastos com DX em mais de 20% durante o período de previsão [2023-2027]”, projeta Vacca. “Em França, o caso de uso de crescimento mais rápido será a indústria de análise preditiva baseada em machine learning no prestador de cuidados de saúde, que crescerá 32% durante o período até 2027. Isto mostra que o mercado europeu é dinâmico e diversificado e que as oportunidades precisam de ser identificadas”.

Já nas empresas da região Ásia/Pacífico a transformação digital desempenha um “papel central”, “à medida que o foco continua a mudar rapidamente dos modelos de negócios tradicionais”, de acordo com Mario Allen Clement, associate research manager for the Asia/Pacific IT Spending Team.

“A Experiência do Cliente, a Inovação e a Eficiência estão a levar a modelos de negócios que aumentam a produtividade e a lucratividade das empresas. Com uma população jovem e crescente que é mais experiente em tecnologia do que as gerações mais velhas, os rápidos desenvolvimentos de infraestruturas em direção à urbanização estão a diminuir a procura de ofertas digitais tanto em produtos como em serviços”, explica Allen Clement.

Mario Allen Clement acrescenta ainda que “a integração de múltiplas tecnologias de 3.ª Plataforma, tais como Computação em Cloud e Inteligência Artificial, juntamente com a necessidade de atender à experiência do cliente em tempo real, continuará a impulsionar ainda mais os investimentos em todos os setores, com casos de uso específicos como prioridades no mercado da Ásia/Pacífico”.

No que diz respeito aos gastos mundiais, os dois maiores casos de uso de DX, que representarão mais de 35% do total de gastos em 2023, visam utilizar a tecnologia para melhorar a eficiência operacional, refere a IDC. O maior caso de uso – Inovar, Dimensionar e Operar – abrange operações de grande escala, como atividades de produção, construção e design, cujas principais funções de negócio são a gestão da cadeia de abastecimento, engenharia, design e investigação, operações, e operações de chão de fábrica.

Por sua vez, o segundo maior caso de uso – suporte e infraestrutura de back-office – remete para funções comerciais essenciais, incluindo contabilidade/finanças/faturação, recursos humanos, jurídico, segurança e risco e TI empresarial. 

A IDC destaca ainda outros casos de uso, como a Experiência do Cliente, assim como a Gestão de Clientes e Clientes 360 Graus, que, combinados, atingirão mais de 10% de todos os gastos com DX em 2023.

Já a Manufatura Discreta é, segundo a IDC, a indústria com os maiores gastos em DX, com cerca de 18% dos investimentos mundiais. Alguns dos principais casos de uso incluem manufatura robótica, operações autónomas, inteligência de stock e armazenamento inteligente. 

Os próximos maiores setores em termos de gastos com DX são Serviços Profissionais, centrando em casos de uso de eficiência operacional, e Fabricação de Processos. O setor de Valores Mobiliários e Serviços de Investimento registará um crescimento mais rápido nos gastos em DX, com um CAGR de cinco anos de 21,1%, seguido por Bancos (20%) e Seguros (19,2%).