Forrester: “incerteza” vai criar oportunidades para os CIO em 2020

No relatório “Predictions 2020: CIO”, a Forrester revela as maiores oportunidades e desafios para os Chief Informations Officers durante o próximo ano, que será marcado pela incerteza económica

Forrester: “incerteza” vai criar oportunidades para os CIO em 2020

CIO vão transformar 10% das suas tarefas de IT em processos automatizados

A Forrester acredita que a volatilidade económica vai influenciar os CIO a concentrarem-se nas medidas de controlo de custos dos seus departamentos. É improvável dispensarem-se funcionários e provável que os CIO treinem as suas equipas para realizarem tarefas mais complexas associadas ao Agile e DevOps.

O relatório, citado pela revista Forbes, assinala que “embora as tecnologias de automação eliminem 1,2 milhão de empregos apenas nos EUA, os CIO olharão primeiro para os trabalhos de IT altamente padronizados e repetitivos”.

CIO vão ter mais atenção à estratégia de dados corporativos e ao orçamento para tecnologia

A estratégia de dados corporativos vai continuar a ser uma prioridade para os CIO, apesar daquilo que a Forrester considera uma “queda significativa” no interesse em big data em 2018 e 2019. O relatório observa que 2020 será um "ano de despertar" para os CIO, ano em que o custo total de uma estratégia de dados bem pensada se torna mais claro.

As empresas mais recentes que financiaram a estratégia de dados como um investimento em tecnologia vão hesitar em levar a cabo os esforços necessários para elevar a alfabetização de dados da força de trabalho, nomear novas funções, criar novas organizações de governance, mudar processos de negócios e contratar talentos escassos além da IT. Além disso, à medida que as empresas avançam mais na cloud e evoluem para sistemas de insights em tempo real no edge, o custo transacional do processamento e movimentação de dados ultrapassará o armazenamento. As empresas mais consolidadas vão entender os benefícios de corresponder a tudo isto e vão conseguir dobrar ou triplicar o seu orçamento no que toca à estratégia de dados”.

Mudar a dinâmica da workforce e da experiência do trabalhador – as pessoas vão estar no topo da agenda dos CIO

A Forrester conclui também que o progresso feito na transição da infraestrutura tradicional para a infraestrutura baseada na cloud vai deixar claro que os maiores problemas estão relacionados com as pessoas e não com a complexidade da tecnologia. Os gestores de IT que perceberem isso vão ser capazes de mudar a composição da workforce, e vão concentrar-se na agilidade de aprendizagem das equipas e formação dos trabalhadores, bem como na aquisição de talentos, e serão mais bem sucedidas.

Por outro lado, o atrito entre IT e Recursos Humanos continuará, e os CIO mais bem preparados vão ser capazes de fazer três coisas: levar workforce analytics para ajudar as empresas a prever melhor mudanças; ajudar a aplicar cognitive science como parte da experiência do trabalhador de forma a reduzir o atrito da tecnologia e maximizar a produtividade; e tornar-se "trusted advisors" na tecnologia de gestão de capital humano, de forma a perseguir uma abordagem "core and explore" para a racionalização do portfólio de RH.

As empresas mais bem posicionadas vão pedir aos CIO ajuda para navegar nos ecossistemas de inovação

A Forrester acredita que aquelas a que chama "empresas avançadas" estarão mais concentradas na inovação e, como tal, criarão ecossistemas digitais para promover as suas ambições de crescimento. No próximo ano, isto levará a uma complexidade crescente nesse ecossistema, e os CIO vão precisar de resolver o problema, que cada vez mais será encarado em board-level.

A Forrester observa que os CIO estão bem equipados para liderar essas iniciativas, dada a complexidade das tarefas com as quais lidam, relacionadas com tecnologia, serviços e gestão de fornecedores.

Empresas com CIO que reportem a CFO ou COO não vão cumprir as metas de crescimento

Hoje em dia, metade dos CIO já reporta diretamente aos CEO. No entanto, "as empresas que alinham os CIO sob o CFO ou COO estão a medir estes profissionais por metas financeiras e operacionais, negligenciando métricas orientadas para o crescimento, como o NPS e o índice de experiência do cliente", e estas não terão tanto sucesso na integração de dados ou no direcionamento da experiência completa do cliente. O relatório conclui que "essas empresas vão ter dificuldade em atingir as suas metas de crescimento à medida que os clientes se cansam da falta de informações e da lenta entrega de valor".

As empresas “menos avançadas” vão concentrar-se no desenvolvimento de novas funções executivas, como Chief Growth Officers, em vez de garantirem a integração das funções c-suite existentes numa dinâmica mais colaborativa.

A Forrester acredita que “as empresas avançadas elevarão o papel do CIO como orquestrador de informações, sistemas e transformação de negócios. Além disso, eles nomearão CIO que podem atuar como líderes de negócios colaborativos em vez de apenas serem bons gerentes de tecnologia”.

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