Empresas norte-americanas preparam-se para recessão

Uma análise aos resultados de 2018 das empresas da S&P 500 por parte da Gartner revela que os executivos estão preocupados com os riscos e com as intervenções dos governos

Empresas norte-americanas preparam-se para recessão

A análise das transcrições dos resultados de empresas do S&P 500 mostra uma menor exuberância entre os executivos corporativos com o passar do ano, de acordo com a Gartner. Vários setores estão a passar por uma recessão de lucros e iniciativas de eficiência e reestruturação são cada vez mais comuns.

"Os executivos da S&P 500 estão preocupados com os riscos e a incerteza das intervenções do governo, em vez de suspeitar de uma desaceleração macroeconómica global a curto prazo", explica Tim Raiswell, vice-presidente da área de finanças da Gartner. "A conversa sobre programas de capital e custo-eficiência foi cada vez mais comum nos anúncios de resultados à medida que 2018 progredia”.

"A menção da palavra 'desaceleração' foi quatro vezes mais propensas a aparecer na apresentação de resultados do quarto trimestre de 2018", disse Raiswell. “No entanto, é importante considerar que o último trimestre do ano trouxe quedas relativamente extremas nos preços das ações. Após dez anos de expansão económica, não é surpresa ver analistas a perguntar aos executivos da empresa sobre os seus preparativos para a fraqueza económica cíclica”.

A maioria dos executivos, no entanto, permaneceu otimista em relação à economia dos EUA em 2019. As empresas mais expostas à China eram mais propensas a relatar a fraqueza da procura em 2018 ou prever que ocorreria em 2019. O sentimento foi particularmente positivo nos setores de tecnologia e comunicações.

"Mesmo expressando uma perspetiva económica amplamente positiva, muitas das maiores empresas mundiais estão a começar a comportar-se como se estivessem em recessão", afirmou Raiswell. “Ford, Pepsi e P&G são exemplos recentes de alto perfil de empresas que anunciaram programas de eficiência em larga escala”.

A preocupação económica mais citada foi a desaceleração da economia chinesa. Este tema surgiu em força durante o último trimestre de 2018 e, desde então, ganhou impulso em 2019. Grande parte dessa preocupação com a China e com a ampla economia global fora dos Estados Unidos está mais relacionada com as intervenções governamentais imprevisíveis do que a qualquer forte convicção de fraqueza económica subjacente.

Tags

NOTÍCIAS RELACIONADAS

RECOMENDADO PELOS LEITORES

REVISTA DIGITAL

IT INSIGHT Nº 52 Novembro 2024

IT INSIGHT Nº 52 Novembro 2024

NEWSLETTER

Receba todas as novidades na sua caixa de correio!

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.