Incerteza económica, ciberameaças e escassez de talento continuam a dominar os principais riscos empresariais a curto e longo prazo, revela estudo global
A incerteza económica continua a ser o maior fator de preocupação para líderes empresariais em todo o mundo, segundo o mais recente estudo da Protiviti e da Iniciativa ERM da Universidade Estadual da Carolina do Norte. O relatório analisa os principais riscos para as empresas nos próximos dois a três anos, assim como numa perspetiva a longo prazo, até 2035. Os resultados da 13ª pesquisa anual, designada “Perspetivas Executivas sobre os Principais Riscos de Curto e Longo Prazo”, que reuniu 1.215 membros do conselho e executivos de alto escalão de todo o mundo, indicam que, apesar da volatilidade global, os empresários sentem-se mais preparados para enfrentar desafios estratégicos e operacionais. Contudo, questões como a inflação, a instabilidade geopolítica, a adoção de novas tecnologias e o aumento das exigências regulatórias continuam a gerar incerteza. Os dez maiores riscos a curto prazo identificados incluem pressão económica, ciberameças, dificuldades na captação e retenção de talento, aumento dos custos laborais e a rápida evolução tecnológica. A inteligência artificial surge como um fator transversal, não só na necessidade de novas competências, mas também no surgimento de riscos adicionais com a sua implementação. A longo prazo, a cibersegurança mantém-se como um dos principais desafios operacionais, com 31% dos inquiridos a considerarem as ciberameaças um dos maiores riscos para a próxima década. “Os impactos generalizados de um evento cibernético permeiam toda a empresa, o que resulta em uma série de riscos potenciais – operacionais, financeiros, de reputação e além. É imperativo que os CISO tenham conversas abertas e honestas com a liderança sénior e os membros do conselho sobre o perfil de risco cibernético da organização”, disse Andy Retrum, Global Leader, Technology Risk & Resilience, da Protiviti, em comunicado. Além da economia e da cibersegurança, a escassez de talento e as mudanças regulatórias surgem como fatores de risco relevantes até 2035. O estudo também destaca a crescente importância de fatores geopolíticos e da fidelização de clientes, que podem moldar o ambiente empresarial na próxima década. De acordo com Mark Beasley, coautor do estudo, a abordagem das empresas à gestão de risco precisa de ser mais integrada: “as melhores empresas verão esses riscos como inerentemente interconectados. Muitas vezes, as empresas estão a olhar para riscos em silos onde uma parte não está a conversar consistentemente com a outra. Para lidar com os impactos futuros da IA, eventos geopolíticos e regulamentação, os executivos precisarão de colaboração eficaz para fortalecer a resiliência de sua organização”. |