Crescimento lento e escassez de talentos são os principais desafios dos CFO para 2025

Os CFO estão a antecipar que o crescimento mais lento da receita e os problemas na captação e retenção de talentos serão os maiores obstáculos ao desempenho empresarial em 2025, segundo a Gartner

Crescimento lento e escassez de talentos são os principais desafios dos CFO para 2025

Uma pesquisa realizada pela Gartner, com 250 Chief Financial Officers (CFO) e líderes financeiros, destaca o alinhamento estratégico das equipas executivas, o aumento de custos e qualidade dos dados corporativos como as principais preocupações.

Alexander Bant, chefe de pesquisa da prática de finanças da Gartner, revelou que “a maioria dos CFO acredita que o crescimento dos seus sectores será semelhante em 2024 e 2025, mas três quartos dos inquiridos indicaram maior foco em cenários de contenção de custos nos orçamentos para 2025”.

Segundo os dados recolhidos no relatório, 19% dos CFO indicaram o crescimento mais lento da receita como a principal preocupação, enquanto 18% destacaram a dificuldade em atrair e manter talentos essenciais. A lacuna estratégica e de execução entre as equipas executivas surge logo a seguir, com 17%, refletindo um cenário onde a colaboração interna e a visão estratégica são críticas para mitigar desafios. Outros fatores, como aumentos de custos e lacunas na qualidade dos dados corporativos, completam a lista de desafios significativos identificados.

Para contornar estas dificuldades, a Gartner identificou cinco práticas que distinguem as empresas com maior eficiência no crescimento, incluindo a gestão disciplinada do ciclo de negócios. Esta abordagem permite ajustar custos operacionais em períodos de crescimento económico e investir de forma ousada em momentos de baixa atividade, criando um posicionamento estratégico face à concorrência. “Investir consistentemente em projetos de crescimento ambiciosos, mesmo em períodos de incerteza económica, é o que separa os líderes de crescimento eficientes do restante mercado”, sublinha Alexander Bant.

Os especialistas alertam, no entanto, para as “âncoras” de crescimento que podem travar o progresso em tempos de volatilidade económica. Entre estas, destacam-se a burocracia, o medo do fracasso e o foco excessivo no curto prazo, que podem desviar recursos de iniciativas estratégicas. Alexander Bant aconselha os CFO a remover essas barreiras e a garantir financiamento para projetos transformadores, priorizando investimentos de maior potencial em detrimento de aplicações com retornos reduzidos.

Outro ponto fundamental apresentado no estudo envolve a simplificação das ofertas de produtos e serviços, evitando complexidade excessiva e custos desnecessários. De acordo com a Gartner, empresas que focam as suas linhas de produtos estrategicamente tendem a superar concorrentes em lucratividade e retorno para os acionistas. Assim, a adoção de métricas baseadas no retorno sobre o capital investido (ROIC) permite uma gestão mais eficaz do portfólio, equilibrando crescimento com eficiência de capital.

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