O mais recente relatório do World Economic Forum e da PwC revela as principais tendências sobre como as empresas estão a aproveitar a GenAI para impulsionar a produtividade e melhorar a qualidade do trabalho
O novo relatório do World Economic Forum, em colaboração com a PwC, dá conta de como a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) está a transformar rapidamente a forma como as empresas operam, oferecendo um grande potencial para impulsionar a produtividade e alterar os processos de trabalho. Para o efeito, foram entrevistados mais de 20 “early adopters” desta tecnologia, que destacam as tendências mais relevantes que as organizações pioneiras estão a relatar à medida que implementam a IA generativa nas suas forças de trabalho. Impactos positivos da IA generativa no trabalhoO estudo revela que as organizações mais avançadas na adoção da IA generativa são aquelas com uma base sólida em dados. Empresas que já possuem infraestrutura robusta, boas práticas de governance e segurança de dados estão melhor posicionadas para integrar rapidamente o GenAI. Embora estas organizações não sejam necessariamente as primeiras a identificar os casos de uso ideais para a IA, a sua preparação permite uma implementação mais ágil quando a oportunidade surge. Contudo, o sucesso da GenAI não depende apenas da capacidade de infraestruturas, mas também de uma abordagem cuidadosa, pelo que o estudo aponta que o crescimento deve ser cuidadoso, através de pequenos passos e com consciência dos riscos. Assim, as organizações estão a adotar a GenAI de forma gradual, testando soluções em grupos pequenos antes de expandir as implementações. Esta estratégia tem permitido identificar desafios mais cedo e evitar que os colaboradores percam o interesse caso a implementação não seja bem-sucedida. O aumento de produtividade está a ser observado em várias áreas, especialmente na automação de tarefas repetitivas e administrativas. No entanto, muitas empresas relatam que, embora os funcionários ganhem mais tempo para se concentrar em tarefas criativas e de maior valor, não há um plano claro sobre como devem utilizar esse tempo de forma estratégica. O desafio vai além de simplesmente automatizar processos: trata-se também de melhorar a qualidade do trabalho. De acordo com os entrevistados, quando utilizado corretamente, a GenAI pode aumentar a precisão e reduzir os erros humanos, o que resulta numa experiência mais consistente e de maior qualidade para os clientes.
Obstáculos na implementação da GenAI nas empresasApesar dos benefícios evidentes, a adoção da GenAI por parte dos trabalhadores nem sempre é tranquila. Preocupações sobre a precisão dos resultados, a ética do uso da IA e o impacto na substituição de funções humanas estão a gerar hesitação entre os colaboradores. Nesse sentido, a formação contínua, sessões de esclarecimento de dúvidas e programas de requalificação permitirão aos colaboradores adaptarem-se a novas funções e utilizar a tecnologia de forma mais eficaz. A implementação do GenAI exige não apenas uma adaptação tecnológica, mas também uma transformação na cultura organizacional. A liderança eficaz é fundamental para gerir as mudanças necessárias, especialmente em relação à forma como os colaboradores percebem e interagem com a IA. O estudo aponta ainda que o envolvimento de gestores de nível médio é essencial, já que são eles que compreendem melhor os processos internos e sabem onde o GenAI pode trazer o maior impacto. A adoção generalizada do Gen AI na força de trabalho ainda é incerta a níveis percentuais, variando conforme o apetite ao risco da organização. Algumas empresas estimam que entre 20% a 80% dos seus colaboradores têm acesso a ferramentas de GenAI. Contudo, as empresas adotam abordagens distintas: enquanto umas disponibilizam a tecnologia a todos os funcionários, outras limitam o acesso a departamentos específicos ou exigem a solicitação de licenças. A sustentabilidade da IA ainda é um ponto que levanta algumas questões em relação ao ambiente. Apesar de muitos reconhecerem os altos custos energéticos associados à IA generativa, especialmente modelos como o ChatGPT, poucas organizações desenvolveram estratégias para enfrentar este desafio. A importância da intervenção humanaEmbora a GenAI possa automatizar muitos processos, a maioria das organizações concorda que remover os humanos completamente dos processos é um erro. Com a crescente regulação, como o EU AI Act (em português, Lei da Inteligência Artificial da União Europeia), as empresas reconhecem a importância da validação humana para garantir o uso responsável e alinhado com os valores éticos e legais. |