Cibercrime preocupa gestores portugueses

O Global Risk Management Survey 2019 da Aon revela que, em Portugal, o risco cibernética integra pela primeira vez a lista dos cinco principais riscos para as empresas e onde as organizações têm cada vez mais preocupações com o impacto do cibercrime nas suas operações

Cibercrime preocupa gestores portugueses

A Aon divulgou o seu mais recente Global Risk Management Survey 2019 que identifica os principais riscos e desafios que os gestores globais enfrentam nas suas organizações.

Em Portugal, o risco cibernético integra, pela primeira vez, a lista dos cinco principais riscos para as empresas, que estão cada vez mais cientes do impacto que o cibercrime pode representar para as suas operações. A lenta recuperação da economia nacional e a incerteza global continuam a ser os maiores riscos para os gestores portugueses.

O Global Risk Management Survey da Aon é um estudo bienal que questiona milhares de empresários em 60 países e 33 setores de atividade para identificar os principais riscos e desafios que estes enfrentam nas suas organizações.

Pedro Penalva, CEO da Aon Portugal, refere que “vivemos um período extremamente incerto, marcado por constantes mutações tecnológicas e por uma volatilidade económica, social, política e ambiental sem precedentes que colocam as empresas à prova. Os dados do Global Risk Management Survey indicam que muitas empresas, à escala nacional e global, demonstram estar ainda pouco preparadas na sua capacidade de resposta aos riscos, apesar estarem cientes do impacto que estes podem trazer aos seus negócios”.

De acordo com o Global Risk Management Survey de 2019, 50% das perdas financeiras das empresas a operar em Portugal decorre do aumento do preço das commodities, seguida pelas taxas aceleradas de mudanças nos fatores do mercado (46%) e pela incerteza/ risco político (41%).

As preocupações económicas e de comércio global estão a criar desafios à capacidade das organizações para investir adequadamente na preparação e proteção das suas operações.

“As empresas estão a esforçar-se por priorizar a sua capacidade de gestão do risco no atual contexto de brutal volatilidade e incerteza. O que antes era uma estratégia testada e comprovada para a mitigação de riscos - usando o passado para prever o futuro - é agora um desafio. Nesta economia global, mais competitiva, os níveis de preparação para gerir o risco estão a baixar drasticamente. As organizações precisam de rever os seus planos de gestão do risco, adotando uma abordagem holística diferente da do passado”, afirma Pedro Penalva.

No Global Risk Management Survey de 2019, a desaceleração económica foi identificada como o maior risco às empresas globais. Os danos de reputação para a marca ou negócio foram citados como a preocupação que surge em segundo lugar, risco que pode ser impulsionado por contratempos corporativos amplificados nas redes sociais. As taxas aceleradas de mudanças nos fatores do mercado decorrentes de um aumento nas políticas comerciais internacionais protecionistas, que incluem crescente atividade regulatória e tensão geopolítica, saltaram da posição 38 no Relatório de 2017 para o terceiro lugar na lista das principais preocupações de 2019.

A Aon obteve respostas para o Global Risk Management Survey de 2019 no Outono de 2018, numa altura de enorme incerteza em todo o mundo, caracterizada por quedas no mercado de ações, disputas políticas comerciais, ações regulatórias agressivas, recalls, desastres naturais devastadores, ataques cibernéticos de grande alcance e escândalos corporativos. Estes riscos mais amplos, combinados com a volatilidade tecnológica estão a contribuir para o surgimento de novas ameaças que podem comprometer as cadeias de abastecimento e as operações de muitas empresas. Como consequência deste contexto, um terço dos 15 principais riscos identificados em 2019 entraram pela primeira vez na lista.

Os gestores de risco estão a apontar um nível mais baixo de preparação ao risco, já que muitos dos principais riscos, como a desaceleração económica e o aumento da concorrência, não são riscos seguráveis. Como resultado, as empresas precisam de adotar medidas de gestão de risco por oposição à transferência de risco, com o objetivo de mitigar essas ameaças e proteger as suas organizações.

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