Brexit ou IT Exit?

A poucas horas do referendo no Reino Unido, as maiores empresas de IT publicaram esta 2ª feira uma carta aberta, onde deixam claro que o Brexit seria desastroso para o IT na Grã Bretanha

Brexit ou IT Exit?

Gigantes do IT como a Microsoft, a Hewlett Packard Enterprise, a SAP e a Fujitsu, entre outros, publicaram uma carta aberta no jornal britânico “The Times” onde advertem os eleitores para as consequências económicas que a saída da União Europeia (UE) representaria para o setor de IT.

Apesar da carta estar assinada em exclusivo pelos CEOs e outros altos cargos britânicos das empresas (diplomaticamente, seria impensável de outra forma) é claro que é uma advertência das próprias multinacionais, que em muitos casos escolheram o Reino Unido como centro de operações para toda a União Europeia.

Na carta, os líderes das empresas de IT afirmam que a presença do Reino Unido na UE torna mais fácil para as empresas de tecnologia a concretização de negócios em toda a Europa.

"Isso torna o Reino Unido mais atraente para o investimento internacional e faz com que a Grã-Bretanha seja mais competitiva a nível mundial. A decisão de sair da UE deixaria as empresas de tecnologia e os seus clientes numa prolongada incerteza e deixaria o país fora das decisões importantes que moldarão um mercado digital de 500 milhões de consumidores”, pode ler-se na carta.

O sector das IT tem um peso muito importante no PIB do Reino Unido, não só pelas empresas de origem britânica como por um conjunto muito vasto de multinacionais baseadas nas ilhas. É estimado que a Economia Digital represente já mais de 10% do PIB das Ilhas, e uma parte significativa das suas exportações.

As quatro áreas mais afetadas por um eventual Brexit seriam as startups associadas a Venture Capital,  software houses, constituídas em boa parte engenheiros imigrantes; os service providers, que teriam problemas com a legislação europeia sobre privacidade dos dados e veriam os seus clientes empresariais migrarem para outros países da UE; as operações europeias das multinacionais de IT centradas em Londres; e as empresas de comercio eletrónico. 

A Amazon UK não quer estar de más relações com metade dos clientes ingleses e afirmou recentemente que os seus novos investimentos em Manchester são para avançar independentemente do resultado do referendo, mas na verdade a loja vende a maioria dos seus produtos para outros países da EU como país membro.

Será que no futuro vamos ter de passar a comprar na amazon.de ?
Só se for com ajuda do Google Translate…

 

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