Durante o evento Gartner Application Innovation & Business Solutions Summit, a Gartner anunciou as tendências tecnológicas estratégicas que estão em destaque na área de engenharia de software para 2023 e os próximos anos.
“Os líderes de engenharia de software estão sob pressão contínua para adotar arquiteturas e tecnologias modernas. Para fazer isso bem, eles precisam de saber quais tendências têm o maior impacto potencial para os seus esforços de negócios digitais dentro de um horizonte de planeamento acionável”, afirma Joachim Herschmann, vice-presidente analista da Gartner. “As principais tendências da Gartner representam um conjunto de abordagens e tecnologias que os líderes de engenharia de software devem aproveitar nos próximos dois a três anos para se manterem à frente da curva, inovarem e prosperarem num ambiente de constante disrupção”.
Segundo a Gartner, as tendências tecnológicas estratégicas para engenharia de software centram-se em três categorias diferentes: a capacitação do developer, para explorar todo o seu potencial; o aprimoramento das equipas com tecnologias de Inteligência Artificial (IA); e as tendências de escalabilidade do desenvolvimento de software.
InnerSource
O InnerSource trata-se de uma estratégia de desenvolvimento de software que aplica práticas de código aberto a código proprietário. Com a adoção de uma mentalidade de código aberto, as organizações poderão preencher lacunas e potenciar um ciclo de vida de desenvolvimento de software mais forte.
“Em última análise, o InnerSource ajuda as equipas a construir software com mais rapidez e a trabalhar melhor em conjunto, resultando no desenvolvimento de maior qualidade e melhor documentação”, disse Herschmann.
Experiência do developer
A experiência do developer remete para o conjunto de interações entre os developers e as ferramentas, plataformas, processos e indivíduos com quem trabalham no desenvolvimento e entrega tanto de produtos como serviços de software.
A melhoria da experiência do developer é importante para iniciativas digitais bem-sucedidas e construção de equipas de alto desempenho, indo além das ferramentas e tecnologias utilizadas, defende a Gartner.
O vice-presidente analista da Gartner explica: “As ferramentas utilizadas no trabalho diário certamente desempenham um papel na melhoria da qualidade dos fluxos de trabalho dos developers. No entanto, a experiência do developer também depende de fatores não tecnológicos. Isso inclui dedicar tempo a um trabalho profundo, criativo e significativo, bem como liberdade pessoal para tentar coisas novas sem medo do fracasso”.
Equipas de engenharia de software aumentada por IA
A engenharia de software aumentada por IA utiliza as tecnologias de IA para ajudar as equipas da área na criação e entrega de aplicações mais rápida. O processo geral é acelerado através da rápida gestão de diferentes tipos de artefactos, como elementos de design e código de aplicação, que podem ser atualizados ou reutilizados.
“A engenharia de software aumentada por IA exige tornar as equipas de engenharia de software mais eficientes no seu trabalho, aliviando-as do trabalho tedioso, em vez de permitir que a tecnologia as substitua”, refere Herschmann.
Aplicações com tecnologia de IA
As aplicações alimentadas por IA podem ajudar na melhoria das informações disponíveis nas empresas e nas aplicações, na automatização dos fluxos de trabalho e na criação de modelos que avaliem riscos ou recomendem as próximas melhores ações.
A Gartner sugere que, para uma utilização bem-sucedida da IA, os líderes de engenharia de software deverão tratar o desenvolvimento de modelos de IA de forma diferente em relação ao desenvolvimento de aplicações. Para além disto, deverão coordenar atividades entre as equipas de desenvolvimento e as equipas de construção de modelos.
Engenharia de plataforma
A engenharia de plataforma refere-se à construção e operação de plataformas internas de desenvolvimento, assentes no autoatendimento, para a entrega de software e a gestão do ciclo de vida.
As plataformas melhoram a experiência geral do developer, bem como a consistência e a qualidade das soluções de Tecnologias de Informação (TI), e reduzem ferramentas e processos redundantes. Para além disto, consolidam esforços paralelos de várias equipas, impõem padrões de segurança e compliance e incluem automatização generalizada.
Sistema imunológico digital
Por fim, para assegurar a resiliência e qualidade das aplicações, a imunidade digital reúne práticas das áreas de observabilidade, testes de software, engenharia do caos, desenvolvimento de software, engenharia de confiabilidade de sites e segurança da cadeia de fornecimento de software.
“Muitas organizações de engenharia de software já estão a utilizar algumas dessas estratégias, mas nenhuma dessas práticas por si só será suficiente para atingir o objetivo de construir sistemas altamente resilientes”, indica Herschmann. “Juntas, essas práticas constituem uma poderosa abordagem de qualidade contínua para garantir que os sistemas digitais complexos continuem a funcionar mesmo que ‘a casa esteja a pegar fogo’”.
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