Dados de um novo estudo indicam que apesar de se vivenciar um período económico conturbado, as PME vão continuar a contribuir significativamente para a economia nacional e global nos próximos anos
Novos dados indicam que, apesar da recessão económica, as PME têm vindo a tornar-se cada vez mais resilientes e vão continuar a contribuir significativamente para a economia global e nacional nos próximos três anos. A conclusão é do "SMB Driving Economic Recovery", relatório desenvolvido pela Sage em conjunto com o The Centre for Economics and Busines Research (Cebr). A análise debruça-se sobre o papel das PME na recuperação económica em oito mercados-chave – Alemanha, Canadá, Espanha, EUA, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido –, recorrendo a dados desde 2005, com o objetivo de prever as tendências de crescimento entre 2022 e 2025. “Num contexto económico extremamente desafiante, quisemos quantificar a importância das PME para a recuperação das economias. Muito embora não subestimemos os desafios que estas empresas enfrentam atualmente, sabemos que estão indiscutivelmente mais bem posicionadas para se adaptarem à paisagem económica em mudança, e é encorajador ver o seu papel vital para impulsionar o crescimento a nível mundial”, afirma José Luis Martín Zabala, Managing Director da Sage Iberia. O estudo revela que não há sinais de abrandamento neste setor, pelo que, até 2025, prevê que o número de PME aumente a nível anual em 1,7% em todos os países estudados. Em Portugal, a previsão é de que cresça em 22 mil entre 2022 e 2025, atingindo as 917 mil PME em 2025. A análise de mercado do Cebr sublinha também o papel vital das PME na recuperação económica após a crise financeira global de 2007-2009, projetando um trajeto semelhante no futuro. Em 2012, por exemplo, as PME dos países europeus analisados contribuíram com pelo menos 48% de toda a produção empresarial, um sinal claro da sua importância para uma recuperação económica mais ampla. Em Portugal, a contribuição das PME para a economia deverá atingir os 73 mil milhões de euros até 2025, representando 68,8% de todo o valor acrescentado bruto das empresas no país. Analisando as PME em vários países, fica claro que algumas economias tiveram mais sucesso do que outras, sendo a tecnologia um fator determinante para esse sucesso. Por exemplo, enquanto a Alemanha teve um desempenho de destaque durante o período pós-crise, com o crescimento sustentado no emprego e contribuição económica das PME, em Portugal, passaram algumas dificuldades no período após essa recessão económica, com o número de PME e de empregos a cair entre 2008-2013. Esta disparidade em relação à Alemanha parece fortemente ligada à digitalização, e dados da Eurostat mostram que Portugal está significativamente abaixo da média da UE neste âmbito. Ao examinar de perto os desenvolvimentos das PME por setor, o estudo concluiu ainda que os setores profissional, científico e técnico, em particular, obtiveram fortes ganhos com a digitalização e foram importantes para a recuperação na maioria dos mercados. Em Portugal, por exemplo, em 2015 foram criadas 17% das empresas do setor de TI (empresas envolvidas em programação de computadores, consultoria e produção de media). “Apesar de o crescimento projetado para as PME ser um sinal positivo, a concretização desta previsão requer um esforço coletivo entre governos e empresas de todas as dimensões. É fundamental aumentar os esforços para assegurar que cada PME conta com as melhores soluções digitais disponíveis, fácil acesso a financiamento, recursos e infraestruturas de classe mundial para permitir um futuro de sucesso. O crescimento das PME não acontecerá por osmose; elas precisam de apoio contínuo para assegurar a resiliência empresarial num período de crise económica”, acrescenta José Luis Martín Zabala. |