Após o hype, a Internet of Things (IoT) deixou de ser uma promessa e já está por toda a parte
A IoT está a evoluir de uma forma tão subtil que já se tornou uma commodity. Aleksander Poniewierski, partner / global IoT leader na Ernst & Young – EY, e um dos “gurus” nesta matéria, relembra que a IoT “assenta na sensorização e monitorização de tudo”, o que significa que está presente em muito do que nos rodeia. “Existe a ideia errada de que a IoT não cresceu”, afirma, em entrevista à IT Insight. “Se olharmos com atenção para o mercado verificamos exatamente o oposto – que a IoT está a crescer. As pessoas estão simplesmente a adotar estas tecnologias de forma nativa”.| Ascensão dos VPAO controlo por voz está a tornar-se a norma da interação entre pessoas e objetos. Num mundo cada vez mais “smart”, os VPA (Virtual Personal Assistants) tendem a assumir uma importância crescente. Os utilizadores estarão de tal modo dependentes dos seus assistentes pessoais virtuais, diz Poniewierski, que vão confiar mais nestes “do que em amigos ou familiares”. Abre-se, assim, uma janela de oportunidade para os principais gigantes tecnológicos, que têm de oferecer aos utilizadores a possibilidade de estarem conetados a tudo. “Este trabalho levado a cabo pelas empresas vai, cada vez mais, traduzir-se numa oferta de mercado na qual a conetividade é uma caraterística central”, comenta o especialista da EY. Saúde mais evoluídaDe acordo com Aleksander Poniewierski, o setor da saúde é o que está mais evoluído na adoção da IoT. Hoje, com os wearables, é possível monitorizar batimentos cardíacos, atividade física, níveis de glicemia, entre outros dados. No entanto, a saúde ainda tem o desafio de tornar-se mais conetada: “O sistema de saúde tradicional está construído sobre a premissa de que existem várias pessoas a comunicar com um médico. Este profissional é a porta para outros médicos”, explica. Este sistema, denominado de Graph Industry, implica que existam pontos que estão fisicamente conetados para que haja uma porta de entrada para outros pontos. No entanto, seria possível substituir esses pontos por um ecossistema distribuído de IoT e Inteligência Artificial (IA). Assim, se a experiência e conhecimento da comunidade médica fosse substituída por IA, "seria possível diagnosticar doenças menos graves, enquanto diagnósticos mais complexos nunca dispensariam a experiência e conhecimento dos profissionais de saúde”, assinala o analista. Agricultura: da tradição à sensorizaçãoA segunda indústria onde a IoT terá maior expressão é a agricultura, com a atividade agrícola a deixar de estar baseada em informação não precisa ou sujeita à imprevisibilidade das condições meteorológicas. “Com a IoT, como é possível medir tudo, é também possível prever acontecimentos. Se prevemos acontecimentos, então podemos adaptar- -nos”, adianta Aleksander Poniewierski. A agricultura conetada será uma das grandes tendências de IoT, aliada à pecuária, que juntas serão capazes de construir um ecossistema capaz de aproveitar ao máximo os recursos disponíveis e de oferecer uma maior sustentabilidade. Blockchain – Menos intermediários, maior inteligênciaO blockchain, no que diz respeito à Internet das Coisas, aporta inúmeras vantagens. Ao acabar com os intermediários, deixa de existir a necessidade de haver uma base de dados centralizada. Segundo o analista da EY, as smart cities serão bastante beneficiadas neste contexto. “Com os lugares de estacionamento conetados, quando o condutor estaciona existe logo acesso aos seus dados pessoais e é logo realizado débito do valor de estacionamento do seu cartão bancário”, exemplifica. Atualmente, para o efeito, seria necessário aceder a uma base de dados centralizada que fizesse a ponte entre o condutor do veículo, o estacionamento e o banco. Além do mais, assegura o analista da EY, “o blockchain trabalhará em conjunto com a IA para conseguir otimizar a interação entre dispositivos”. Tendências de IoT para 2018A EY reuniu as principais tendências que vão impactar a Internet of Things durante este ano:
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