Fabricantes, empresas de bens de consumo, fornecedores de dispositivos médicos e vendors da cadeia de distribuição estão a expandir a utilização da impressão 3D com a ajuda de robôs
As previsões anuais da Gartner sobre o futuro da impressão 3D foram publicadas. Eis uma breve sinopse. Planeamento estratégico: Em 2020, 10% das operações industriais incorporarão impressão robotizada 3D nos seus processos de fabrico. Conclusões-chaveDurante a última década, a impressão 3D (3DP) registou avanços técnicos significativos e uma adoção por um amplo conjunto de indústrias. Evoluiu para além da prototipagem e começa hoje a servir operações de fabrico quick-to-market, caraterísticas de design específicas e também produções de baixo volume. Atualmente já existe uma série de outros desenvolvimentos, como por exemplo a utilização de múltiplos robôs autónomos destinados à impressão colaborativa (por exemplo, o Spider Robot, da Siemens), sistemas integrados de inspeção e protótipos industriais para uma automação e construção em grande escala. As fábricas “híbridas” que combinam as fresadoras com a 3DP também já são uma realidade. Prevê-se que os sistemas automatizados 3DP se tornem mais sofisticados. Muitos dos velhos, erróneos e pré-programados esforços de automação serão superados pela nova vaga de automação inteligente que se consegue adaptar e autocorrigir. Os processos serão capazes de se monitorizar a si mesmos à medida que são impressos, quer seja com o objetivo de corrigir o processo quer seja para o rejeitar quando ocorrem problemas. Planeamento estratégico: Em 2020, 30% dos dispositivos/ implantes médicos serão impressos em 3D nas instalações hospitalares ou nas suas proximidades. Conclusões-chaveA necessidade de personalização será o impulsionador inicial da impressão 3D de dispositivos médicos nas próprias instalações médicas ou nas suas proximidades. Será uma opção viável porque a maioria dos dispositivos biomédicos de implantes (por exemplo, ortopédicos, dentários ou outro tipo de próteses) beneficiarão de níveis mais elevados de personalização/adaptação. Muitas pessoas assumirão que a “rapidez” é o principal impulsionador do mercado, no entanto esse fator será menos relevante do que os elevados níveis de personalização e ajuste. Planeamento estratégico: Em 2020, a impressão 3D reduzirá o prazo de introdução de um produto em 25%. Conclusões-chave: Nos verticais de manufatura como o aeroespacial, automóvel, da defesa, de equipamentos industriais pesados e de dispositivos médicos, os colaboradores envolvidos em atividades de desenvolvimento de novos produtos, operações de fabrico e serviços estão a explorar as diversas formas de tirar partido da impressão 3D. Porquê? A impressão 3D oferece a possibilidade de transformar o modelo de negócio de uma empresa por acolher inovação, reduzir o time to market para produtos novos e refinados, cortar as despesas de capital de investimento, alcançar redução de custos e valorizar o processo de desenvolvimento do produto e o apoio ao cliente. O número de iterações oferecidas por uma prototipagem rápida e reiterada resulta em tempos menores de desenvolvimento de novos produtos, custos de desenvolvimento mais baixos e menos defeitos de acabamento. Acompanhada de softwares de CAD cada vez melhores e de uma coordenação dos esforços das equipas de software e hardwar mais eficaz, a impressão 3D permitirá reduzir o tempo de introdução de novos produtos em 25%. "O número de iterações oferecidas pela impressão 3D permite uma prototipagem mais rápida, tempos menores de desenvolvimento de produto e custos mais baixos"Planeamento estratégico: Em 2020, 75% das operações de manufatura a nível global irão recorrer a ferramentas, peças e acessórios impressos a 3D in-house, ou por um prestador de serviços que entregará os produtos já prontos. Conclusões-chaveAs empresas estão começar a compreender que a utilização da impressão 3D não é um estado da situação - protótipo ou produto final- mas sim uma oportunidade de apoiar as técnicas tradicionais utilizadas no fabrico de produtos. As impressoras 3D são capazes de produzir ferramentas, peças e acessórios com os acabamentos adequados ao nível de qualidade e resistência. Por exemplo, moldes impressos a 3D produzidos com plásticos resistentes a altas temperaturas são opções viáveis para protótipos de moldagem por sopro. Os engenheiros são capazes de testar e validar os desenhos finais de produção, reduzindo assim o tempo de desenvolvimento e o risco e tornando possível a receção de amostras funcionais e testáveis, assim como a produção de produtos em baixa escala mais rapidamente do que antes. A BMW, por exemplo, oferece aos seus trabalhadores da linha de montagem luvas feitas à sua medida que incorporam uma ferramenta utilizada para apertar os painéis nos veículos. Todas as impressoras 3D são capazes de produzir ferramentas, peças e acessórios, com algumas a conseguirem-no notoriamente melhor do que outras. Estes elementos podem ser produzidos com uma qualidade e resistência de acabamento mais do que adequados, permitindo melhorias das linhas de produção ao nível dos processos e da eficiência. Igualmente importante, as peças e acessórios impressos a 3D permitem rápidas alterações iterativas à forma original, seja de modo a facilitar trocas rápidas de linha de produção ou a aumentar a produtividade e a qualidade dos itens fabricados. Agora, cabe ao leitor determinar de que modo a robótica e as impressoras 3D híbridas podem ser integradas na sua organização e nas suas operações, assim como procurar fornecedores e parceiros que o ajudem a implementar as soluções. Coloque em funcionamento processos que estejam na base de prototipagem iterativa e de desenvolvimento rápido de produtos, tanto pelos colaboradores como pelos fornecedores da cadeia de produção.
Artigo original por Pete Basiliere, Research Vice President na Gartner |