BYOD e aplicações Cloud são inseparáveis dos millennials, que não trabalham sem flexibilidade. Dentro de dez anos esta geração deverá constituir 75 por cento dos colaboradores.
Nasceram entre 1980 e 2000 e cresceram numa sociedade digital. Para os millennials, a ligação à Internet é uma segunda casa, as interações estão à distância de um clique e as tarefas profissionais fazem-se em dispositivos móveis. Perante este perfil, uma pergunta se impõe: estão as empresas a adaptar-se à geração millennium, ou geração Y? Foi o que a Randstad procurou saber através de um estudo internacional, intitulado Preparing for the Millennal Shift, no qual se debruça sobre o modo como as infraestruturas de TI das organizações se estão a preparar para estas pessoas, através da adoção de tecnologias que são “millennial-friendly”, ou seja, de mobilidade, assentes em social media, em cloud e em Big Data. O modo como estes profissionais encaram e vivem o trabalho é totalmente diferente, o que irá transformar o mercado: privilegiam tarefas que os mantenham motivados e inspirados regularmente; procuram equilíbrio entre vida pessoal e profissional; trabalham remotamente e com flexibilidade de horários. E se em 2013 um em cada três colaboradores pertenciam à geração millennium, dentro de dez anos estima-se que constituam três quartos da força laboral. “A Randstad antevê um mercado de trabalho global, em larga medida favorecido pela rápida evolução das TIC, aumento da rede aérea e dos voos low cost, entre outros aspetos. Também competitivo, dada a existência de mais players a disputar os mercados e de um maior gap entre a muita oferta e a pouca procura de emprego ao nível das áreas funcionais mais técnicas, tais como TIC e algumas engenharias”, destaca Bruno Barbosa, team leader da Randstad Professionals IT. Isto porque, como esclarece, esta geração “surgiu numa fase de grande prosperidade económica e de significativas evoluções tecnológicas. Dispõem de mais recursos e aproveitam mais oportunidades, dentro e fora de portas”. Para se adaptarem, “as empresas deverão estimular um ambiente de criatividade e inovação, assim como proporcionar boas práticas de gestão de pessoas, cabendo aos seus líderes a arte de bem saber atrair, formar, desenvolver e reter talento”. O responsável destaca ainda que estes digital natives estão já nas empresas portuguesas e que muitos deles “ocupam importantes cargos de gestão” dentro delas. Tecnologia precisa-se Segundo o estudo da Randstad, investir em tecnologias-chave é determinante e os autores procuraram saber como as empresas o estão, na prática, a concretizar, inquirindo IT managers em diversas empresas norte-americanas. Se tivermos em conta que nos EUA estes ciclos avançam mais depressa do que na Europa, importantes conclusões podem ser tiradas. A principal indica que muitos departamentos de TI dizem estar a preparar-se para o “millennial shift”, verificando-se na prática algumas falhas. Existe ainda uma distância entre o que os utilizadores pretendem e o que o IT pode oferecer, com o estudo a indicar que este será um trabalho progressivo e que se intensificará à medida que esta geração prevalecer no mercado de trabalho. Os IT managers norte-americanos indicaram, no entanto, que estão já a ocorrer mudanças dentro das suas empresas, sobretudo ao nível da tecnologia móvel, que se tornou já essencial: 78 por cento observam um aumento de força de trabalho remota e 60 por cento planeiam investir em mobilidade no próximo ano. A Randstad diz mesmo que as empresas que ainda não investiram em mobilidade nem adotaram uma política BYOD “devem começar agora”. Investimentos em segurança são determinantes O estudo indica que é compreensível que o IT não adote o BYOD e aplicações cloud-based até conseguir assegurar que a informação empresarial está protegida. No entanto, deixa o alerta: os IT managers devem fazer da segurança a este nível uma prioridade. Isto porque se os millennials não estiverem autorizados a utilizar os seus dispositivos móveis e as aplicações de que mais gostam, acabarão por migrar para uma empresa que o permita. Os IT managers auscultados também já entenderam que os millennials estão a transformar os requisitos de segurança, com 51 por cento a indicar que vão investir neste tipo de tecnologias no próximo ano. E se mais de metade demonstraram confiança quanto à capacidade da sua empresa proteger a informação, apenas 37 por cento disseram acreditar que conseguem assegurar uma disponibilização dessa mesma informação em qualquer lugar e a qualquer momento. Ferramentas de colaboração Os IT managers norte-americanos reconhecem ainda a importância de desenvolverem ferramentas de colaboração, com 43 por cento a indicarem que pretendem realizar investimentos nesta área este ano. Aliás, se isto não acontecer, as empresas correm o risco de perder os seus colaboradores, que já estão habituados a usar e-mail cloud-based e outras aplicações, fugindo de empresas que só lhes deem acesso a sistemas complexos e proprietários. A Ranstad diz que algumas empresas ainda estão “presas” a software tradicional, com interfaces ultrapassadas, e que é fundamental a adoção de tecnologia atual.
Como integrar os millennials? A Randstad enumera algumas medidas indispensáveis a uma boa integração dos millennials nas empresas e que são, no fundo, um resumo das conclusões do seu estudo: - Implementar uma política BYOD; - Adotar e-mail cloud-based, ferramentas de colaboração e sistemas de gestão de projetos; - Fazer da segurança uma prioridade no que toca à mobilidade e à cloud; - Disponibilizar aos colaboradores formas deste construírem as suas próprias carreiras, com base nos seus interesses; - Disponibilizar online training de elevada qualidade; - Utilizar ferramentas de colaboração e comunicação que facilitem o trabalho em equipa. |