Windows 11 coloca segurança no topo da pirâmide

Nova atualização do Windows diz adeus a passwords através do FIDO2 e incorpora os sistemas de segurança no próprio hardware, seja na motherboard ou na CPU

Windows 11 coloca segurança no topo da pirâmide
 

Do 7, ao 10, ao 11. Há uma semana, a Microsoft revelou o Windows 11 e partilhou agora as principais funcionalidades e atualizações UI com testers no programa Windows Insider. Apesar das mudanças de design e feel do novo Windows serem mais notórias, as atualizações de segurança, que são menos visíveis, podem ser de maior interesse para os CIO. 

"Entrámos a fundo no motor, ajustámos e afinámos coisas, tornámos as coisas rápidas e compatíveis o suficiente para estarem apenas lá. Não são as características que estão lá – são as funcionalidades que estão ligadas por defeito", reitera Dave Weston, diretor de segurança corporativa e de sistema operativo da Microsoft. A atualização vai ser lançada no fim do ano e Weston diz estar confiante de que a segurança adicional do Windows 11 vai ter uma adoção mais rápida, do que como aconteceu com o Windows 7 para 10.

Weston explica que as duas coisas mais importantes que as empresas podem fazer para melhorar a segurança é livrarem-se de passwords e mudarem-se para um quadro zero-trust. O design de segurança do Windows identifica falhas e reconhece que dispositivos fluem entre as casas e espaços de trabalho, um resultado dos novos modelos de trabalho que surgiram com a pandemia. "Assim, com o Windows 11 pode-se realmente criar uma conta Microsoft sem palavras-passe que use a cara ou biometria em vez de passwords", explica Weston.

A Microsoft tem vindo a falar em autenticação sem passwords há algum tempo e apoia o padrão FIDO2. As tecnologias do Windows incluem o Windows Hello para aceder a redes do Azure Active Directory e aplicações que apoiam o Microsoft Authenticator e chaves de segurança baseadas em FIDO2, com teclas Titan da Google. Dave Weston acredita que “à medida que mais websites na internet começam a apoiar o FIDO2 e padrões sem passwords, percebemos que estamos a caminho de um mundo onde não vamos introduzir senhas".

A big tech reforçou a segurança biométrica do Windows, colocando os dados na própria máquina, o que “significa que se malware ou um hacker entrou na sua máquina, não pode modificar os dados biométricos, o que é uma garantia de segurança muito mais forte para a biometria", explica Weston. 

Hoje em dia, o núcleo da segurança dos sistemas operativos da maior parte dos computadores está num chip, separado da CPU, o Trusted Platform Module (TPM). Mas a segurança do sistema operativo do Windows é assegurada pela conexão padronizada e automática destas funcionalidades. Quer isto dizer que, a segurança baseada em virtualização (VBS) ou baseada no hardware do TPM e BitLocker estão automaticamente ligados a todas as máquinas do Windows 11. "Esta é realmente a versão mais segura – não no sentido de novas funcionalidades – mas que os utilizadores costumavam ter de ser educados ou precisavam de fazer um esforço maior para se protegerem. Agora já lá está", assevera Weston. A evolução do hardware é também um ponto fundamental, pelo que todos os sistemas certificados do Windows 11 deverão ter um chip TPM 2.0. O TPM ou é integrado na motherboard do PC ou adicionado separadamente na CPU para proteger as chaves de encriptação, credenciais do utilizador e dados sensíveis.

O Pluton, componente do CPU idealizado e programado pela Microsoft, e fabricado pela Intel, a AMD e a Qualcomm. Embora ainda não haja computadores equipados com o Pluton, o Windows 11 já virá pronto a utilizá-lo, de forma incorporada na CPU. "Programámos o software para este chip, por isso a confiança deve estar na combinação de hardware e uma pequena quantidade de software para o fazer funcionar. O bom do Pluton é que a Microsoft escreve o código e o mantém atualizado, por isso já vem com o update do Windows e os utilizadores não têm de fazer nada", explica Weston.

Mas há um senão. Para poder utilizar os chips e atualizações da CPU de segurança do Windows 11, é necessário comprar novo hardware. "Todos os dispositivos Windows 11 vão ter uma identidade de hardware e um TPM, o que significa que a cloud identifica-o e as organizações podem determinar se o dispositivo se pode ligar à sua cloud, cumprindo garantias de segurança aceitáveis”, acrescenta Dave Weston e conclui que "além disso, temos agentes de acesso condicional integrados no sistema operativo que alavanca o hardware. O que significa que antes de um dispositivo de poder ligar a dados sensíveis – que é o que o ransomware quer encriptar – as empresas podem facilmente definir uma política de segurança com todas as proteções que necessitaria para parar o ransomware: antivírus, controlar os patches atualizados e, por isso, estamos a tornar isso mais fácil de aplicar no Windows 11”.  

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