Novo relatório evidencia a importância de promover a formação no workplace, quer para as novas contratações, quer para os atuais colaboradores
O trabalho acumula-se e as exigências de um período disruptivo como o que se vive há mais de um ano levam à implementação de novas soluções, mas também aumentam a demanda por uma força de trabalho altamente competente. A pandemia acelerou o processo de transformação digital, não só para assegurar a sobrevivência das empresas como para crescerem no mercado. Mas sistemas e soluções mais exigentes pedem trabalhadores mais capacitados e isso faz-se sentir na elevada demanda de novo talento em IT. As vagas acumulam-se na europa e de acordo com o novo relatório divulgado pela CompTIA - Computing Technology Industry Association – os mais procurados são programadores, peritos em cibersegurança, software developers e especialistas em IT support. Depois de um ano de incertezas, muitos lay-offs e poucas ou nenhumas contratações, as empresas estão de volta a contratar. Em comparação com o terceiro trimestre de 2020, há mais 40% de número total de vagas, com propostas vão de 36 mil euros, no nível inicial, a 90 mil euros para cargos sénior. "Da noite para o dia, as empresas tiveram que investir em infraestrutura digital para sobreviver", afirma Graham Hunter, vice-presidente da CompTIA para workforce development, à ZDNet. O relatório explica que os líderes estão a unir esforços para expandir as equipas, especialmente no setor tecnológico. "Eles foram reticentes em fazer esses investimentos no passado. Mas, com o surgimento da pandemia, os investimentos foram forçados. As empresas perceberam que agora é a hora de investir para o futuro”, conclui Hunter. No entanto, as vagas para IT não estão apenas circunscritas a trabalhos na indústria de tecnologia. Há ofertas em setores financeiros e seguradores, de manufatura, informação, comunicação, administração e de apoio ao cliente. As vagas para IT representam uma parcela de cerca de 13% do total de vagas de emprego, chegando mesmo aos 36% em países como a Polónia. No setor público, como a saúde, educação e serviços, a transformação digital também está em andamento e para tal não são apenas necessárias novas soluções de ponta, mais sofisticadas e otimizadas. A força de trabalho faz parte do desenvolvimento dessas mesmas tecnologias e é necessária para colocar os serviços em funcionamento e fazer a devida gestão e controlo. A pandemia multiplicou as ameaças cibernéticas, que criou uma elevada demanda de peritos em cibersegurança, com um portfólio de competências técnicas, que não são fáceis de congregar num só individuo. Hunter elucida que “quase diariamente há arquivos a serem bloqueados e resgates a serem pagos” e “a segurança é a prioridade número um". Além de procurarem candidatos com competências técnicas desenvolvidas, espera-se que sejam também capazes de se adaptar facilmente a ambientes em constante mutação, com novas plataformas, linguagens, dispositivos e tecnologias como a IoT. Hunter acrescenta que “a aceleração da inovação significa que depois de quatro anos na universidade, as tuas competências são obsoletas” e que as rápidas mudanças estão “a criar incompatibilidades entre as capacidades”. A solução poderá estar na criação de espaço e tempo para formar os trabalhadores, através de cursos, certificados e bootcamps, que os mantenham a par da evolução rápida da tecnologia. Cabe aos líderes certificarem-se que mantém o espírito inovador dentro das empresas, enquanto formam os colaboradores, logo numa fase inicial. Hunter considera que “aumentar a qualificação dos funcionários é fundamental” e “trata-se de promover a aprendizagem ao longo da vida”. Graham Hunter reitera que a preocupação dos líderes das empresas não deveria ser contratar candidatos altamente competentes, mas juniores, que possam desenvolver o seu CV dentro das empresas, nas suas condições e à medida que os avanços são feitos. As novas contratações dificilmente correspondem a todos os requisitos e nesse sentido, a aposta na formação é essencial, mas deve incluir os atuais colaboradores. “As pessoas na indústria da tecnologia são ágeis, conseguem se adaptar e mudar e podem fazê-lo de uma perspetiva de aprendizagem”, conclui. |