Até 2028, os modelos de ação e os agentes autónomos vão ser utilizados para um terço das interações com serviços de IA generativa, com vista a conclusão de tarefas
A Gartner prevê que, até 2028, um terço das interações com serviços de Inteligência Artificial (IA) generativa vão utilizar modelos de ação e agentes autónomos para a conclusão de tarefas. Os agentes autónomos são sistemas combinados capazes de atingir objetivos definidos sem exigir a intervenção humana repetida, através da utilização de um conjunto de técnicas de IA para tomar decisões e gerar resultados. Segundo a consultora, os agentes autónomos têm o potencial de aprender com o ambiente e podem melhorar com o tempo, o que lhes permite conseguir lidar com tarefas mais complexas. “No futuro, as interações humanas com GenAI podem evoluir de utilizadores que solicitam grandes modelos de linguagem (LLMs) para utilizadores que interagem diretamente com agentes autónomos orientados por intenção, o que poderia permitir um maior grau de autonomia e um alinhamento muito melhor com os objetivos humanos”, afirma Arun Chandrasekaran Distinguished VP Analyst da Gartner. Neste sentido, os agentes autónomos poderão ter um impacto significativo em vários setores. Na área da saúde, podem ajudar profissionais médicos em tarefas como o diagnóstico de doenças, o planeamento de tratamentos e o atendimento ao paciente. Já no setor da educação os agentes autónomos têm a capacidade de personalizar as experiências de aprendizagem, adaptando os métodos de ensino às necessidades de cada aluno. No caso do gaming, o impacto dos agentes autónomos verifica-se nas experiências mais imersivas e realistas que esta tecnologia é capaz de proporcionar, podendo observar e interagir com jogadores humanos. No setor dos seguros, as aplicações autónomas de atendimento ao cliente podem lidar com a maioria das interações com os clientes através de voz e texto, conseguindo ajudar com situações como fraudes, serviços médicos, políticas e sistemas de reparo. Desta forma, diz a consultora, o efeito dos agentes autónomos pode ser bastante significativo na resolução, com a diminuição do tempo de respostas e ações de dias ou semanas para minutos. “Os agentes autónomos precisam de uma função objetiva clara para que os seus comportamentos possam ser controlados de maneira significativa para agregar valor”, frisa Chandrasekaran. “As tarefas que os agentes autónomos podem realizar, como verificar a saída de um modelo antes de entrar noutro modelo, têm a capacidade de controlar a saída do modelo e automatizar processos de negócios complexos com base na intenção humana. Mas isto só pode ser alcançado com uma função objetiva clara”. Para uma utilização bem-sucedida desta tecnologia, a Gartner acredita que as organizações deverão identificar quais são os casos de uso em que os modelos de ação e agentes autónomos podem criar valor, permitindo a redução da quantidade de esforço humano e de competências necessárias. A par disto, a consultora recomenda às organizações a construção de uma arquitetura que viabilize o sucesso dos agentes autónomos, fornecendo a integração de ferramentas e acesso a repositórios de conhecimento e memória de longo prazo, de forma que os agentes possam demonstrar raciocínio e conhecimento ampliados. As recomendações da Gartner assentam também no reconhecimento de que os modelos de ação e os agentes autónomos não substituem a engenharia imediata, sendo que o seu potencial está intrinsecamente ligado à qualidade dos prompts que recebem. Por fim, a consultora destaca que é necessário existir um equilíbrio entre a autonomia e o controlo desta tecnologia, especialmente através de pilotos estendidos e de uma monitorização rigorosa dos agentes autónomos. |