Com as medidas de isolamento social a serem levantadas, várias empresas começam a chamar os seus colaboradores de volta ao escritório, mas outras dão a oportunidade de se trabalhar a partir de casa mais alguns meses
Por esta altura, o pior da pandemia já terá passado. Apesar de existirem focos de contágio em alguns pontos do mundo, a Europa começa aos poucos a reabrir-se novamente ao mundo. Depois de meses em que a lei era o trabalho a partir de casa, aos poucos as empresas começam a chamar os colaboradores de volta ao escritório. Depois de se fazer uma experiência forçada, as organizações precisam de perceber qual é, afinal, a melhor opção: se trabalhar no escritório como antes, se trabalhar a partir de casa ou se fazer um modelo que misture as duas opções. Ameaça da segunda vagaApesar de os casos diários de pessoas com o novo Coronavírus já não estarem nos níveis anteriores, aparecem todos os dias centenas de novos infetados. Isto mostra que a ameaça ainda não passou por completo. Para além disso, há uma outra ameaça ainda maior: uma segunda vaga que pode voltar a paralisar o país e a obrigar a um novo isolamento social forçado. Muitas empresas estão a optar por um modelo híbrido, em que parte dos colaboradores trabalham a partir do escritório e outros a partir de casa. Em empresas com um menor número de empregados, a opção passa por dividir a equipa em dois ou três grupos e fazê-los rodar numa espécie de turnos; quando um grupo está no escritório, o(s) outro(s) está (estão) em casa. No caso das organizações com um maior número de colaboradores, a opção passa por fazer rodar as pessoas dentro das equipas. Dependendo do tamanho e da importância crítica da equipa, uma ou duas pessoas trabalham no escritório quando os restantes colaboradores trabalham em casa. Quando tudo passarVai existir um momento em que tudo irá passar e é preciso decidir o que fazer: voltar de vez ao escritório, para o ‘antigo normal’, continuar a trabalhar a partir de casa, o ‘novo normal’, ou uma opção híbrida, como a que foi mencionada anteriormente. A verdade é que não existe uma opção correta e outra errada. Qualquer opção é válida; depende da empresa, da sua atividade e dos seus colaboradores. É fácil chegar à conclusão que as atividades que têm quase obrigatoriamente que ser feitas no escritório, por uma ou outra razão, não podem ser feitas a partir de casa. O problema passa pelas atividades que podem ser feitas em casa e que não têm necessariamente de ser feitas no escritório. Apesar da crença antiga, o isolamento social mostrou que há vários trabalhos que podem ser feitos fora do escritório com a mesma produtividade (por vezes até maior) do que era feito dentro do espaço de trabalho habitual. Aqui, a melhor opção será perceber junto dos colaboradores o que é que se espera e o que prefere: se trabalhar a partir de casa ou não. Haverá sempre quem irá dizer que não consegue trabalhar a partir de casa e outros que preferem trabalhar fora do escritório. Depois de ouvir os colaboradores e perceber as necessidades da organização, é necessário chegar a uma conclusão que pode passar por reduzir o tamanho dos escritórios porque a maioria das pessoas prefere, por exemplo, trabalhar na sua própria casa. Ao mesmo tempo, o trabalho remoto permite captar talento que vive fora da área das instalações da empresa e que não pretende mudar-se; por exemplo, uma empresa de Lisboa pode contratar uma pessoa que vive em qualquer outra parte do país – ou mesmo fora – uma vez que não existe uma necessidade de ir ao escritório diariamente. CibersegurançaSe a opção tomada for o trabalho totalmente remoto ou um modelo misto, as organizações têm de pensar na parte da cibersegurança. No período de isolamento social, muitas empresas fizeram o mínimo ou um trabalho mais acelerado em termos de segurança cibernética para garantir que era possível a empresa continuar produtiva. Agora que o pior já terá passado para muitas organizações, as empresas têm de se preparar para o pós-COVID-19 também em termos de cibersegurança e começar desde já a analisar o que é necessário para colocar os colaboradores – e a empresa – seguros. |