Organizações alocaram cerca de 47 mil milhões de dólares no segundo trimestre, um investimento 36% superior ao do período homólogo
A crescente migração dos ambientes de trabalho para a cloud e o desenvolvimento de aplicações nativas na cloud aumentaram os investimentos no serviço. No segundo trimestre de 2021, os custos chegaram aos 47 mil milhões de dólares, uma subida de 36%, segundo dados da Canalys. Em relação ao trimestre anterior, foram gastos mais cinco mil milhões de dólares e 12 mil milhões em relação ao período homólogo. Acima de tudo, melhorar a resiliência ambiental fomentou a importância dos serviços na cloud. Com a transformação digital em curso, há uma preocupação generalizada entre as organizações de tornar a sustentabilidade num fator central na tomada de decisões de investimentos. "A consciencialização sobre o uso de energia e emissões de carbono dos serviços digitais fornecidos a partir de data centers operados por fornecedores de serviços na cloud está a aumentar”, explica Blake Murray, analista de investigação da Canalys, acrescentando que “os principais fornecedores também estão na vanguarda dos esforços de resiliência ambiental". Os três principais fornecedores de serviços na cloud – Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud - representaram 61% do total dos custos no segundo trimestre e implementaram estratégias no sentido de reduzir as próprias pegadas de carbono agora e no futuro. Tais mudanças são fundamenteis dada a dimensão das operações das big tech, fazendo com que "as melhores práticas e tecnologias usadas por estas empresas” se infiltrem “no resto do setor e levando os clientes a utilizar cada vez mais os serviços na cloud para aliviar algumas das suas responsabilidades ambientais e cumprir os objetivos de sustentabilidade", reitera Murray. A AWS foi a principal fornecedora de serviços na cloud no segundo trimestre, com uma percentagem de 31% do total, depois de ter tido um crescimento anual de 37%. A Amazon anunciou recentemente 14 novos projetos de energia eólica e solar a nível mundial, afirmando-se como a maior compradora corporativo de energia renovável do mundo. Hoje, cerca de 40% das operações da Amazon são geridas com energia renovável e está nos planos da big tech alimentar as operações com 100% de energias renováveis até 2025. Os regulamentos estatais “especialmente ligados ao Acordo de Paris” são impulsionadores das medidas sustentáveis que muitas empresas estão ou deverão adotar e “continuarão a intensificar-se, enquanto uma proporção crescente de contratos de serviços na cloud tiver requisitos de sustentabilidade incorporados", considera o analista chefe da Canalys, Matthew Ball. O Azure da Microsoft foi o segundo maior fornecedor de serviços, com uma quota de mercado de 22%, depois de ter crescido 51%. A big tech planeia um futuro com zero resíduos até 2030 e ter os seus data centers completamente alimentados por energias renováveis até 2025. Já o Google Cloud, que cresceu 66% no último trimestre e obteve uma quota de mercado de 8%, alcançou a neutralidade carbónica em 2007 e no ano passado anunciou que tinha eliminado todas as suas emissões históricas de carbono através da compra de compensações. A nuvem da Google estabeleceu agora uma meta para gerir todos os data centers e campus com energia renovável até 2030. "Os clientes vão avaliar continuamente os seus fornecedores de serviços na cloud e vão utilizar estratégias multicloud para alcançar a menor pegada de carbono”, diz Ball, completando que, contudo, “a transparência na medição das práticas sustentáveis terá de melhorar". |