Estudo revela que 75% das empresas de telecomunicações planeiam aumentar significativamente o investimento em IA e automação em 2025, apesar dos desafios na atração de talento qualificado
De acordo com o estudo “The Bridge to the Next Telecom Ecosystem: Challenges and Priorities”, da NTT DATA e da MIT Technology Review, 75% das empresas de telecomunicações preveem uma aceleração do investimento em Inteligência Artificial (IA) e automação em 2025, com um aumento médio entre 16% e 30%. Além disso, 9,1% das empresas esperam que esta aceleração ultrapasse os 50%. Segundo o relatório, a abordagem adotada pelas empresas do setor para integrar a IA varia: 25% optam por se concentrar em casos de uso identificados, enquanto 33,3% adotam uma estratégia transversal a toda a empresa. O terço restante prefere combinar ambas as abordagens, permitindo a transformação tecnológica em toda a organização e aplicando a inteligência artificial em cenários de utilização prática. “Estamos no início de uma transformação sem precedentes, impulsionada pela IA, que poderá revelar novas fontes de receita e acelerar a sua concretização nas áreas de negócio. Depois da fase de testes e experiências, é tempo de os operadores de telecomunicações escalarem os casos de uso capazes de gerar valor, para conseguirem tirar pleno partido desta tecnologia. O estudo da NTT DATA revela que os decisores estão cada vez mais conscientes do seu potencial e que irão aumentar significativamente o investimento em IA e automação, reforçando o papel da nossa indústria na vanguarda da inovação”, refere Raquel Santos, Head of Telecom, Media & Tech na NTT DATA Portugal. Apesar da rápida adoção da inteligência artificial no setor das telecomunicações, persistem desafios significativos, principalmente no que toca à captação de talento qualificado. A escassez de profissionais especializados em IA e a dificuldade em atraí-los para um mercado altamente competitivo representam barreiras críticas. Além disso, as empresas estão preocupadas com o retorno dos investimentos na tecnologia, uma vez que a sua implementação em larga escala exige equipas capacitadas para garantir resultados consistentes. Mesmo perante estas dificuldades, o setor mantém-se otimista. Embora 40% dos inquiridos indiquem que o retorno do investimento na IA generativa não foi satisfatório ou consistente, os restantes 60% destacam benefícios claros, como a melhoria do serviço ao cliente, a redução dos tempos de resposta e a implementação de soluções operacionais mais eficientes. O estudo revela ainda que 72,7% dos inquiridos afirmam que o crescimento da inteligência artificial no segmento B2B não correspondeu às expectativas da sua organização nos últimos anos. Atualmente, o segmento B2B representa menos de 25% do negócio total, com respostas divergentes que apontam para diferentes projeções de crescimento. No entanto, as perspetivas futuras são moderadas, com quase metade dos inquiridos a prever que a atividade B2B ultrapasse os 25% nos próximos três anos. A cinco anos, as expectativas melhoram, com seis em cada dez a estimarem que poderá atingir até 40% da atividade total. Face a estas previsões, muitas organizações de telecomunicações estão a explorar diferentes tecnologias para potenciar as suas vendas B2B, apostando em soluções de cibersegurança, IoT, indústrias verticais e centros de dados. A comercialização assume um papel de destaque como estratégia de alavancagem no B2B, especialmente em parceria com hyperscalers. No entanto, 27,3% dos operadores preferem comercializar os seus centros de dados de forma mais independente. |