De acordo com um novo estudo, realizado pelo Research Institute da Capgemini, as competências de subscrição das seguradoras no ramo-não vida estão a ser restringidas pelas suas organizações
Segundo o mais recente estudo do Research Institute da Capgemini só 8% das seguradoras especializadas no ramo não-vida são apontadas como “pioneiras” nas matérias de subscrição, onde aproveitam a Inteligência Artificial (IA) e a automação para tomarem melhores decisões e avaliar os riscos com uma maior precisão e eficiência. Os segurados estão a ser cada vez mais afetados pela inflação e exigem cada vez mais prémios que sejam acessíveis às seguradoras. 42% dos segurados consideram que o processo de subscrição é demorado e complicado. Outros 27% mudaram de seguradora nos últimos anos onde procuram prémios menos dispendiosos (60%) e coberturas mais abrangentes (53%). O valor dos prémios aumentou, mas a subscrição tem-se mantido com dificuldades e os rácios combinadas, ou seja, a relação entre os prémios e os sinistros, passam os 100%. Isto deve-se às catástrofes naturais, em conjunto com o aumento dos riscos intrínsecos às inovações tecnológicas, devido ao aumento dos ciberataques, à emersão da IA generativa e uma complexidade regulamentar. Os líderes do setor julgam que existem algumas barreiras organizacionais que afetam a sua habilidade de atraírem novos clientes. “Atualmente as seguradoras operam num dos ambientes mais voláteis dos últimos anos. O setor deve repensar as condições de subscrição para lidar com esta volatilidade”, declara Adam Denninger, Global Insurance Industry Leader da Capgemini. “Para o fazerem as seguradoras terão de se afastar dos modelos tradicionais e modernizar os seus sistemas, implementando tecnologias avançadas que lhes permitirão obter melhores resultados e mais transparência”, acrescentou. 62% dos participantes do inquérito de forma unânime concordaram que a inteligência artificial melhora a qualidade das subscrições e contribuiu para reduzir os níveis de fraude. No entanto, apenas 43% confia e aceita as recomendações automáticas que vem de ferramentas de análise para apoiar os seus processos de decisão. Esta confusão deve-se a um sentimento de complexidade dos processos (67%) e ao receio com a clareza dos dados fornecidos (59%). As seguradoras podem superar esta resistência, de acordo com o estudo, se começarem a envolver os segurados desde o início de forma a conseguirem obter a sua concordância, mantendo a componente humana no processo. Grande parte das seguradoras (83%) acreditam que os modelos preditivos desempenham um papel crucial no futuro da subscrição, mas apenas 27% refere que a sua empresa possui os recursos avançados de subscrição. A obtenção de informações orientada por dados começa por dispor de um ecossistema seguro de dados. As seguradoras do ramo Não-Vida encaram um desafio em satisfazer as expectativas que os segurados têm sobre os dados, já que existem lacunas significativas entre a importância dos diferentes tipos de dados e a capacidade para as seguradoras os processarem. Quase metade dos segurados inquiridos (49%) valoriza os dados provenientes de imagens de drone, no entanto as seguradoras capazes de analisar estes dados eficientemente são escassas. A consequente falta de controlo dos dados prejudica a atividade das seguradoras, uma vez que 77% não avalia os riscos por completo. Devido ao acesso limitado dos dados, 73% das empresas enfrentam preços imprecisos, isto quer dizer que os créditos não são cobertos adequadamente. A falta de controlo dos dados está a prejudicar o negócio principal das seguradoras. Se disporem de recursos necessários que lhes permita tratar dos dados eficazmente, 73% das empresas do setor não se encontra em condições de criar valorações que são adequadas à cobertura dos sinistros. Estas circunstâncias poderão pôr em causa a solvência das seguradoras. |