Um estudo do Kaizen Institute inquiriu 180 gestores de topo em Portugal e revela agora as principais conclusões. Otimismo impera quanto ao desempenho dos negócios em 2017
Dois em cada três empresários portugueses, inquiridos pelo Kaizen Institute, acreditam que o seu volume de negócios irá crescer este ano e apenas 2% prevê que ele vá diminuir. Os resultados deste estudo parecem mostrar algum otimismo por parte dos gestores cuja confiança subiu de 10,1 em fevereiro de 2016 para 11,5. O Kaizen Institute inquiriu um painel composto por mais de 180 gestores de topo de empresas do panorama nacional, com o objetivo de aferir as motivações, apreensões e necessidades do tecido empresarial português. Quando se fala de défice, contudo, os empresários preferem ter alguma reserva, já que 63% dos inquiridos consideram que o Governo não será capaz de cumprir o défice previsto no Orçamento de Estado. Quanto ao crescimento do PIB, 79% acreditam que ficará aquém da previsão do Governo de 1,6%, sendo que a maioria (72%) acham que se deverá situar entre 1 e 1,6%. A grande aposta para 2017 para as empresas deverá ser o aumento da rentabilidade do negócio, apontada por 44% dos inquiridos. A inovação também deverá ser importante para os gestores, já que 20% afirmam que a sua prioridade será a criação de novos produtos e serviços e 14% procurarão novos mercados. Menos de 1% irão apostar em obter mais financiamento. A imprevisibilidade geopolítica e financeira a nível mundial é a grande preocupação dos empresários portugueses, com 1 em cada 3 a apontá-la como o grande desafio para a economia nacional em 2017. Outros temas serão a consolidação do sistema bancário (23%) e o aumento do investimento (20%). "Este ano parece trazer algum otimismo aos empresários portugueses que veem com bons olhos o crescimento do seu volume de negócios. Isso parece refletir-se no nível de confiança dos gestores que registou uma subida significativa face ao ano passado. Mesmo assim, continua alguma incerteza quanto ao futuro do País e ao défice. Quanto à grande preocupação dos empresários portugueses, trata-se da imprevisibilidade geopolítica e financeira a nível mundial", sublinha António Costa, Senior Partner do Kaizen Institute Western Europe.
Indústria 4.0: quase um terço das empresas não estão preparadasCom a Indústria como um todo a ser revolucionada pela tecnologia, esta parece ser uma realidade para a qual as empresas portuguesas ainda não estão totalmente despertas, com 30% dos empresários a admitirem que ainda não têm políticas específicas no âmbito da Indústria 4.0. No entanto, os outros respondentes parecem encarar este fenómeno de uma forma positiva com 22% a acreditar que conseguirão entregar mais valor ao cliente, 22% a achar que aumentarão a rentabilidade do negócio e 19% a contar com isso para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Empresas desconsideram startupsAs empresas parecem não considerar as startups quanto o tema é a inovação - mais de metade (56%) afirmam ter um caminho de inovação bem definido e independente das startups que possam surgir. Apenas 7% das empresas ponderam adquirir startups, caso isso lhes permita acelerar o seu processo de inovação. Mesmo assim, 19% admitem usá-las como fornecedores, assim que estas se estabilizem, e 18% admite criar ou participar em incubadoras ou programas de aceleração. |