Portugal lidera avanço europeu com comunicações quânticas para a defesa

Projeto europeu liderado por Portugal posiciona a Europa na vanguarda da transformação digital em defesa, garantindo redes de comunicação quântica, mesmo em cenários complexos e exigentes

Portugal lidera avanço europeu com comunicações quânticas para a defesa

Portugal assume a liderança de um projeto europeu inovador, o DISCRETION, patrocinado pelo Ministério da Defesa Nacional, pelo Estado-Maior das Forças Armadas e pelo Gabinete Nacional de Segurança, com o objetivo de impulsionar a transformação digital em defesa no espaço europeu.

A aposta em Redes Definidas por Software (SDN) integradas com Distribuição Quântica de Chaves (QKD), aliada a tecnologias de ponta e às doutrinas de comunicação militar, oferece flexibilidade, resiliência e níveis de segurança sem precedentes para redes militares.

O DISCRETION, coordenado pela Deimos Engenharia, foi desenhado para responder aos rigorosos padrões das comunicações militares, seguindo o princípio de separação red-black das redes de Defesa. Este modelo assegura que dados sensíveis sejam criptografados ao transitar por canais não seguros, utilizando máquinas de cifra nacionais desenvolvidas para operar com chaves geradas por sistemas QKD. A tecnologia de QKD por Variáveis Contínuas (CV-QKD) foi escolhida devido à sua compatibilidade com redes óticas tradicionais e ao seu potencial para implementação em larga escala, tornando-a ideal para cenários modernos de comunicações.

Em setembro, as capacidades do DISCRETION foram testadas durante o exercício Robotic Experimentation and Prototyping using Maritime Uncrewed Systems (REPMUS), organizado pela Marinha Portuguesa em parceria com a NATO. Rádios Definidos por Software (SDR) conectaram-se de forma segura ao sistema, recebendo chaves criptográficas geradas pela tecnologia CV-QKD. Estas chaves foram utilizadas para encriptar comunicações em tempo real, demonstrando a aplicabilidade do sistema em missões críticas e destacando a sua robustez operacional.

O projeto – que em Portugal envolve o Instituto de Telecomunicações, do Instituto Superior Técnico, da AlticeLabs e da Adyta; em Espanha, a Telefonica ID e a Universidad Politécnica; na Áustria, o Austrian Institute of Technology; e, em Itália, o Nextworks – comprovou que chaves geradas de forma quântica podem alimentar dispositivos de encriptação e proteger dados sensíveis durante o trânsito por redes potencialmente vulneráveis.

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