Embora tenha descido de posição no ranking face a 2016, Portugal está em 31º a nível dos países com melhor índice de talento do mundo
A Adecco, em conjunto com a Escola de Negócios Internacional (INSEAD) e o Human Capital Leadership Institute (HCLI), apresenta pelo quarto ano consecutivo o Global Talent Competitiveness Index (GTCI), onde avalia o nível de competitividade no mundo de trabalho em vários países do mundo. Lançado pela primeira vez em 2013, o GTCI fornece dados e análises que procuram ser um aliado no desenvolvimento de estratégias no âmbito do talento, a superar desajustes e a ser-se competitivo no mercado global. Este índice foca-se na capacidade dos países gerirem o talento através da atração, crescimento e retenção do mesmo. Por outro lado, a diferença entre os níveis de talento, resume-se em capacidades de nível médio ou de nível elevado. “Em 2017 o tema principal do GTCI centra-se no talento e na tecnologia. Contrariamente a algumas previsões sobre um 'futuro sem emprego', as análises e os capítulos presentes no relatório deste ano indicam que as pessoas, as máquinas e os algoritmos se encontram em sintonia para criar um futuro laboral onde são dependentes e adquirem novas capacidades”, refere Carla Rebelo, diretora-geral da Adecco Portugal. A edição deste ano revelou que os países europeus continuam a liderar o ranking GTCI, com 16 deles a encontrarem-se no top 25 (Fig.1). A Suíça mantém a primeira posição do ranking, sendo que este ano o índice soma ainda três países não europeus entre os 10 primeiros: Singapura, no 2º lugar, Estados Unidos da América na 4ª posição e a Austrália na 6ª. Os líderes não Europeus do ranking tendem a ser países que desenvolvem a sua economia no sentido de se tornarem mais atrativos ao nível da taxa de empregabilidade. As grandes diferenças entre países no que se refere a resultados do Índice são fundamentadas pelas diferenças de desempenho em determinadas competências. As economias diferem substancialmente na taxa de retenção e assemelham-se no que se refere às capacidades de crescimento. No ranking geral que conta com a presença de 118 países, Portugal assume a 31ª posição, com uma avaliação de 55,40 pontos, pertencendo ao grupo de países com rendimentos elevados. Dentro das seis competências que são analisadas no Índice, Portugal apresenta um bom comportamento ao nível das novas oportunidades, ocupando o 33º lugar. No que se refere à atratividade de mercado e habilidades globais de crescimento, encontra-se na 27ª posição. Ao nível da competência profissional e técnica, ocupa o 50º lugar e no que se refere a conhecimentos globais o 35º. Por fim, e quanto à taxa de retenção ocupa uma boa posição, destacando-se no 22º lugar. O pilar com piores resultados para Portugal é a competência profissional e técnica (50), o que significa que o panorama dos trabalhadores deve ser trabalhado de forma a melhorar a este nível. Em geral, os países entre os 15 primeiros no ranking global do GTCI demonstram um forte desempenho em cada uma das seis competências do modelo. Em relação às capacidades de talento no contexto da revolução tecnológica, encontram-se envolvidas quatro grandes forças: a preparação do sistema educacional, que mede a qualidade de competências básicas, a utilização de tecnologia para fins educacionais, o acesso a oportunidades de aprendizagem ao longo da vida e ainda a relevância do sistema de ensino às necessidades da economia; a preparação do sistema de emprego, que é medida pela flexibilidade do mercado de trabalho, o acesso a uma rede de segurança forte e à força da cooperação dos trabalhadores; as partes interessadas, relações governo-negócio; e por fim, o nível de competências tecnológicas. Entre as competências tecnológicas, a posição de Portugal é pouco favorável, embora em desenvolvimento, uma vez que o sistema de ensino e as próprias empresas estão a procurar crescer. O trabalho virtual, as redes sociais e o espírito empreendedor são competências que têm vindo a ser desenvolvidas por parte não só das empresas mas também dos futuros trabalhadores. |