Investigadores da Fibrenamics, uma plataforma internacional da Universidade do Minho, elaboraram um documento com o objetivo de auxiliar as empresas que estão a redirecionar as suas linhas de fabrico para ajudar o Serviço Nacional de Saúde
A Fibrenamics, uma plataforma internacional da Universidade do Minho, elaborou e disponibilizou o whitepaper ‘Máscaras de Proteção’, um trabalho que surge da atual necessidade de produção em grande escala destes equipamentos de proteção ao contágio da COVID-19, com várias empresas a se disponibilizarem para o fazer, mas identificando a falta de um documento informativo e de orientação para auxiliar no desenvolvimento desta solução. Este whitepaper elaborado pelo grupo de investigadores da Universidade do Minho, pretende ser um contributo para a harmonização da informação disponível relativamente aos meios de proteção respiratória (máscaras), abordando aspetos como os tipos de proteção requeridos em função dos agentes de risco, os materiais e os processos envolvidos na sua confeção e a normalização aplicada à validação/certificação do seu desempenho. “Devido ao trabalho de investigação e desenvolvimento que a Fibrenamics realiza há vários anos no mundo das fibras, ao longo dos últimos dias temos recebido diversas solicitações de empresas que pretendem fabricar máscaras de proteção para os profissionais de saúde. Não tendo experiência neste domínio, colocam diversas dúvidas sobre certificações, materiais e produção. Por outro lado, temos sido também contactados por profissionais de saúde que, face à escassez de EPI, tentam, eles próprios, os encontrar no mercado ou contribuir para a fabricação dos mesmos. Desta forma, existindo um documento de referência sobre este produto, torna-se mais simples responder a todos estes apelos, de uma forma integrada, e com o rigor técnico-científico que esta situação exige”, explica Raul Fangueiro, Professor da Universidade do Minho e Coordenador da Fibrenamics. A produção deste tipo de equipamentos de proteção individual deverá considerar a necessidade de se responder a requisitos muito específicos, que na sua grande maioria se encontram devidamente definidos através de normalização europeia disponível. As soluções que se apresentam neste documento resultam da análise crítica da pesquisa efetuada, não se pretendendo que constituam, em si, formas únicas e redutoras de se obterem os desempenhos necessários. Por outro lado, considerando a necessidade de produção destes equipamentos a grande escala, outras soluções poderão ser exploradas recorrendo às tecnologias e aos materiais disponíveis sem descurar os requisitos de proteção dos utilizadores identificados, nem do cumprimento dos níveis de desempenho exigidos. Embora sendo um documento de acesso livre com informação relevante para todos de forma indiscriminada, é direcionado preferencialmente para profissionais de saúde e outros que, no desenvolvimento das suas atividades, necessitam deste tipo de proteção. Por outro lado, destina-se, de igual forma, às empresas que pretendam contribuir para fazer face à escassez previsível deste tipo de produtos de proteção pessoal no mercado. “Este whitepaper pode ser atualizado a qualquer momento, é um documento aberto à contribuição de todos aqueles que possuam informação relevante que possa ser disponibilizada de forma indiscriminada neste momento de necessidade de articulação de todos”, esclarece Raul Fangueiro. |