O 'lado cego' do data mesh

Michele Goetz, da Forrester, explica como pensar que o data mesh não é acerca da tecnologia pode refletir um 'blind side'

O 'lado cego' do data mesh

Citando a definição de data mesh da Thoughtworks, Michele Goetz, VP Principal Analyst da Forrester, reflete sobre o ‘blind side’ do data mesh. A definição diz que data mesh é uma abordagem sociotécnica para partilhar, aceder e gerir dados analíticos em ambientes complexos e de grande escala, seja internamente ou de forma transversal às organizações. Segundo a analista, o aspeto técnico é mais uma questão de arquitetura do que ferramenta ou plataforma, com uma linha de pensamento de que o data mesh não é acerca da tecnologia – para Michele Goetz, esse é o ‘blind side’. 

Segundo a analista da Forrester, a pergunta mais recebida por parte das organizações tem a ver com a implementação de data mesh – que “tem menos a ver com a prática e mais com perceber os princípios e a criação de um produto através de dados que é composto para ser uma solução com insight”. Assim, Michele Goetz afirma que discutir sobre se data mesh é tecnologia ou não, “não é relevante sem considerações técnicas de implementação” – é apenas mais um esforço de data governance. Com a tecnologia a avançar para perceber o que fazer com os dados, em particular a analítica e inteligência artificial, a tecnologia facilita os dados e traduz a data mesh para produtos prontos a serem utilizados, diz a analista. 

Michele Goetz reflete sobre como utilizar qualquer tecnologia para satisfazer os princípios de data mesh e oportunidades de negócio. “Não existe um único ambiente moderno que não tenha uma fundação de data fabric, mas há ambientes onde os padrões tradicionais da arquitetura analítica e as capacidades de data fabric não são apropriados em cenários operacionais e criam as mesmas limitações que os tradicionais data warehouses. E é aqui que a data mesh realmente começa a fazer sentido”, explica.

Segundo a analista, evitar o ‘blind side’ do data mesh implica custos mais elevados, tempos de development mais longos, um continuo “shelf status” e dívida técnica por detrás dos ambientes digitais, mas “a comunidade está a acordar para isto”. Michele Goetz explica que apresentações iniciais sobre a definição data mesh se concentram em princípios orientados para o domínio e data governance. A adição de dados como produto (o que é produzido) e o self-service (como se trabalha) é uma adição necessária para passar o data mesh do académico para o pragmático, conclui.

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