Embora em países como o Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha as tecnologias de monitorização remota para doenças crónicas já não sejam propriamente uma novidade, a verdade é que ainda existe muito espaço para inovação
Um estudo realizado pela Baxter International Inc. e publicado na revista PLOS ONE, “Remote Monitoring of Chronic Diseases: A Landscape Assessment of Policies in Four European Countries” ("Monitorização Remota de Doenças Crónica: Avaliação de Políticas em Quatro Países Europeus"), observou um número crescente de abordagens de financiamento e políticas que apoiam a monitorização remota em doenças crónicas como insuficiência cardíaca crónica, doença pulmonar obstrutiva crónica e diabetes. Segundo os seus resultados, a monitorização remota pode melhorar o acesso a cuidados de saúde, diminuir o número de hospitalizações e reduzir os custos ao ajudar os profissionais de saúde a gerir os tratamentos e melhorar a adesão aos mesmos. “O aumento dos custos de saúde e um número crescente de doentes crónicos estão a criar a necessidade de opções mais acessíveis e inovadoras como a monitorização remota, que pode apoiar um melhor tratamento em casa”, refere Giuseppe Accogli, presidente da divisão Renal da Baxter. “A Baxter desenvolveu este estudo para entender melhor o valor percecionado da monitorização remota e a necessidade contínua para financiamento e políticas de apoio que possam permitir que mais doentes tenham acesso à nova tecnologia”. A monitorização remota, ou tele-saúde, pode ser definida como um intercâmbio eletrónico ou troca de informação médica de um doente que permite a um profissional de saúde rever e tomar decisões médicas e de saúde. Esta informação pode incluir informação cardiovascular e metabólica como tensão arterial, glicémia, temperatura e peso. Para doentes a fazer diálise em casa, informação adicional relacionada com resultados individuais de tratamento, histórico e configurações do dispositivo podem ser passadas a uma equipa de saúde, permitindo uma identificação precoce de complicações. Tanto os médicos como pacientes poderão beneficiar em larga escala deste tipo de tecnologia, uma vez que em muitos casos a área de residência dos pacientes fica a longos quilómetros do centro hospitalar, ou necessitam de cuidados médicos mesmo após terem tido alta hospitalar. O estudo também analisou políticas gerais e reembolsos para monitorização remota nestes países. Os resultados concluíram que existiam várias políticas e iniciativas para promover a adoção da monitorização remota e a maior parte dos países do estudo tinham iniciado projetos piloto regionais ou nacionais para analisarem mais em profundidade este tipo de terapêutica. De forma geral, o estudo indica uma falta de reembolso nacional. Contudo, os programas de reembolso regionais para monitorização remota existem em alguns países. Apesar do apoio público estar presente nos países analisados, a implementação é geralmente inconsistente. Foi também reconhecido o facto de existirem obstáculos a uma adoção mais alargada incluindo a necessidade de alinhar incentivos e abordar qualquer potencial impacto nos orçamentos de saúde. |