Menos de 13% dos retalhistas investem em IA para enfrentar os desafios do setor

Estudo da BCG e da WRC revela que existem retalhistas a adotar estratégias de longo prazo, recorrendo à IA para combater desafios como o aumento dos custos, a diminuição do consumo e a volatilidade da cadeia de abastecimento

Menos de 13% dos retalhistas investem em IA para enfrentar os desafios do setor

Segundo o estudo “Amid Uncertainty, AI Gives Retailers a Path to Resilience” da Boston Consulting Group (BCG) e do World Retail Congress (WRC), existe uma oportunidade relativamente pouco explorada para os retalhistas incorporarem a Inteligência Artificial (IA) nas soluções contra os desafios do setor e na sua estratégia global da cadeia de abastecimento.

O estudo conta com a participação de 550 líderes de 12 áreas do setor do retalho e explora as perspetivas dos retalhistas, e como inteligência artificial pode gerar soluções que ajudem a enfrentar as principais preocupações do negócio.

Em 2023, os retalhistas afirmam que as suas maiores preocupações passam pelo aumento dos custos, pela diminuição do consumo e pela volatilidade da cadeia de abastecimento. No entanto, a maioria continua a mostrar-se mais focada em soluções de curto prazo, como o aumento dos preços (55%), a tentativa de renegociar com os fornecedores (52%) e a aposta em campanhas de marketing.

O conhecimento acumulado combinado com capacidades proporcionados por IA permite simular e otimizar vários cenários, ajudando os retalhistas a serem mais flexíveis e a conseguirem prever com maior precisão as necessidades a longo prazo, enquanto são proativos relativamente à volatilidade da oferta e da procura a curto prazo.

A maioria dos retalhistas, com a exceção dos asiáticos, tem estado a negligenciar a utilização da IA como uma ferramenta capaz de proporcionar uma experiência de compra mais personalizada e de ajudar a superar o declínio do consumo. Atualmente, as abordagens mais comuns são investimentos em programas de fidelização (45%); otimização da oferta de produtos (44%); promoções (40%); e investimento na experiência digital do cliente (40%).

O estudo explica como os retalhistas podem aproveitar a IA para criar uma estratégia de preços inovadora através de: preços definidos com base na localização e nos canais, com alterações de preço dinâmicas e ofertas personalizadas; utilização da tecnologia de IA para compreender melhor a elasticidade dos preços e fazer previsões; simulação e otimização das alterações de preço através das diferentes posições de preço, planos de promoção, descontos e estratégias de personalização; monitorização, em tempo real, das fontes de dados de concorrentes e canais alternativos.

Identificar os desafios que a organização enfrenta e de que forma a IA pode ajudar a resolvê-los, determinar os casos de utilização que podem desbloquear maior valor para o negócio e dar-lhes prioridade são algumas soluções que os retalhistas podem começar a adotar para obter resultados positivos e rápidos. 

"O novo ambiente retalhista pós-pandémico é mais desafiante, complexo e competitivo do que antes. A grande maioria dos retalhistas está a ignorar uma oportunidade de abraçar soluções alimentadas por IA. Deve-se agir hoje e aproveitar esta vantagem para impulsionar o negócio para o futuro", refere Tiffany Yeh, Managing Director e Partner da BCG e coautora do estudo.

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