Fez-se história na área de Inteligência Artificial após Libratus, uma máquina desenvolvida pela Carnegie Mellon University (CMU), vencer pela primeira vez profissionais do poker, o último desporto mental onde os humanos ainda detinham vantagem face aos computadores.
O Libratus foi desenvolvido por Tuomas Sandhold, um professor do departamento de Ciências de Computadores na CMU, juntamente com um dos seus alunos de doutoramento, Noam Brown. O algoritmo desenvolvido por estes cientistas daria ao Libratus a oportunidade de fazer bluff contra os seus adversários e também de ser capaz de o detetar, o que poderia finalmente colocar as máquinas na corrida para a vitória num jogo como o poker. Esta habilidade foi testada num torneio de Texas Hold’em, que viria a decorrer durante 20 dias. O Libratus foi coroado vencedor, ao colecionar o maior número de fichas entre os restantes quatro adversários, atuais profissionais de carreira deste jogo de cartas. Alguns destes jogadores profissionais já teriam tido a oportunidade de desafiar protótipos anteriores em jogos de poker, e admitem ter sido relativamente fácil alcançar a vitória contra as máquinas, pois estas seriam incapazes de ler o seu comportamento, ou de calcular os próximos movimentos do jogador, devido ao bluff. Tudo mudou com a introdução deste algoritmo, que agora ultrapassa o obstáculo de outrora: o facto do robô ser incapaz de completar uma jogada bem-sucedida devido à falta de informação. Esta nova habilidade permite às máquinas ler determinados comportamentos dos adversários e realizar jogos mentais com estes, o que define a técnica de fazer bluff. Esta técnica tem inúmeros potenciais e já está no radar de diversas indústrias, que procuram investir neste projeto para alargar este algoritmo a situações de resolução de problemas. Acredita-se que o futuro deste algoritmo reside em situações como tratamentos médicos, negociações, seguranca cibernética e ainda aplicações militares. Frank Pfenning, diretor do departamento de Ciências de Computadores na CMU, afirma que um exemplo da utilização do seu algoritmo inclui a capacidade de um telemóvel pessoal negociar sozinho preços numa compra, tal como um carro ou um eletrodoméstico. A lista de futuras aplicações deste algoritmo é vasta, mas espera-se que a sua utilização em objetos do dia-a-dia comece brevemente. Não é novidade que o poker é um jogo de cartas que, por um lado, requer sorte, mas que, por outro, também exige talento. O talento advém da técnica de bluff, que transforma o jogo num jogo da mente. O poker é um jogo de cartas mundialmente conhecido, e bastante popular em casinos. No entanto, apesar do talento contribuir para a vitória neste jogo, o mesmo não acontece com todos os jogos que pode encontrar num casino, pois alguns podem basear-se unicamente em sorte, tal como o jogo da roleta. Com ou sem sorte, a verdade é que este algoritmo veio para ficar, e aguardamos ansiosamente o desenvolvimento e aplicação do seu potencial nas mais variadas indústrias.
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