Estudo da Accenture Strategy lançado em Davos afirma que até 2020 as empresas podem ter ganhos de receitas na ordem dos 38% por via da implementação de Inteligência Artificial (IA), que aumentará os níveis de empregabilidade em 10%
Embora a implementação da IA aporte uma série de benefícios, a Accenture adverte as organizações que caso os seus CEO não tomem medidas imediatas para reforçar o know-how das suas equipas de trabalho em IA e para capacitar os seus colaboradores no domínio das tecnologias inteligentes, estas poderão perder importantes oportunidades de negócio. Este novo estudo, intitulado “Reworking the Revolution: Are you ready to compete as intelligent technology meets human ingenuity to create the future workforce?”, prevê que as organizações que investirem na IA e na colaboração homem-máquina na mesma proporção que as empresas de alto desempenho, poderão potenciar as suas receitas em 38% e aumentar a taxa de emprego em 10%, até 2022. Tanto os líderes empresariais como os colaboradores estão otimistas em relação ao potencial da IA nos resultados das empresas e na experiência de trabalho. Segundo o estudo, 72% dos 1.200 executivos inquiridos referiram que a tecnologia inteligente será crítica para a diferenciação das suas organizações no mercado e 61% acreditam que o número de funções que vão requerer colaboração com a IA irá aumentar nos próximos três anos. Cerca de 69% dos 14 mil colaboradores inquiridos referem a importância de desenvolver competências específicas para trabalhar com máquinas inteligentes. Ainda assim, a discrepância entre colaboradores que adotam a IA e os esforços dos seus empregadores para os preparar pode colocar o crescimento em risco. Enquanto a maioria (54%) dos líderes empresariais referem que a relação homem-máquina é importante para as suas prioridades estratégicas, apenas 3% referem que a sua organização planeia aumentar significativamente o investimento em recapacitar os seus colaboradores, nos próximos três anos. “Para atingir elevadas taxas de crescimento na era da IA, as organizações têm de investir mais na capacitação dos seus colaboradores para trabalharem de uma forma inovadora com as máquinas”, refere Mark Knickrehm, group chief executive da Accenture Strategy. “Cada vez mais as empresas vão ser avaliadas pelo seu compromisso com o que designamos por Applied Intelligence – a capacidade de rapidamente incluir tecnologia inteligente e racional humano em todas as áreas do seu negócio core, de forma a assegurar este crescimento”. Efetivamente, 63% dos líderes empresarias acreditam que a sua empresa irá gerar ganhos de produtividade através da IA, nos próximos três anos. Por outro lado, 62% dos colaboradores acreditam que a IA terá um impacto positivo no seu trabalho. O estudo revela ainda como as empresas pioneiras estão a utilizar a colaboração homem-máquina, não só para melhorar a eficiência, mas também para potenciar o seu crescimento através de novas experiências de consumidor. Por exemplo, uma marca de roupa online que utilize IA ajuda os estilistas a conhecer melhor as preferências dos seus clientes e assim oferecer um serviço único e personalizado. E uma marca de calçado desportivo pode dar um passo em frente na customização, ao reunir produtores de sapatos qualificados e engenheiros de processos com robots inteligentes, para desenharem e criarem peças exclusivas para cada mercado. “Os líderes empresariais têm de tomar medidas imediatas para enquadrar as suas equipas na nova realidade da IA, de forma a potenciar novas formas de crescimento”, adverte Ellyn Shook, Chief Leadership and Human Resources Officer da Accenture. “Os colaboradores estão ansiosos por utilizar a IA, de forma a demonstrarem a verdadeira Applied Intelligence dentro da sua organização”. Para ajudar os executivos a adaptarem as suas equipas à IA, a Accenture deixa algumas recomendações, nomeadamente reconfigurar o trabalho, desde a base até às hierarquias superiores, atribuindo tarefas e não empregos. Aliás, cerca de 46% dos executivos consultados concordam que as descrições de funções estão já obsoletas; e 29% referem ter redesenhado por completo as funções atribuídas.
A Accenture aconselha também a preparar as equipas de trabalho para áreas que revelem novas formas de valor, como por exemplo novas experiências de consumidor. Por último, a consultora indica a necessidade de aumentar o que apelida de ‘New Skilling’, ou seja, analisar o nível de competências e a vontade de as equipas apreenderem novos conceitos ligados à IA, de forma a poderem trabalhar diretamente com esta tecnologia - utilizar plataformas digitais, programas específicos para os diferentes segmentos e personalizá-los para melhorar a adoção de novos skills. |