Inteligência artificial estará em quase todo o software até 2020

A previsão é da Gartner, que afirma ainda que todo o hype em torno das tecnologias de inteligência artificial (IA) está a gerar alguma confusão em torno dos seus benefícios

Inteligência artificial estará em quase todo o software até 2020

O crescente interesse pela IA, que é sem dúvida uma das buzz words do ano em IT, está a levar os vendors de software a incluir esta tecnologia na estratégia delineada para os seus produtos, o que cria “confusão considerável” junto das empresas, segundo a Gartner. Em 2020, dentro de apenas três anos, as tecnologias de IA estarão de tal forma disseminadas que poderemos encontrá-las em praticamente todos os novos produtos e serviços de software, adianta a consultora.

A Gartner reporta que, em janeiro de 2016, o termo “inteligência artificial” não constava no top 100 das pesquisas no seu site. Em maio deste ano, surgia no número 7, o que denotava não apenas a popularidade do tema mas um crescente interesse por compreender como pode a IA ser integrada na estratégia digital. A Gartner prevê que em 2020 a IA figure no Top 5 dos investimentos prioritários para mais de 30% dos CIO. 

Jim Hare, research vice president na Gartner, realça que a IA “oferece entusiasmantes novas possibilidades” mas que “infelizmente, a maioria dos vendors estão focados em simplesmente construir e comunicar produtos baseados em IA, ao invés de identificarem primeiro as necessidades, as potenciais aplicações e o valor para os negócios dos clientes”.

A IA, esclarece a Gartner, refere-se a sistemas que mudam os seus comportamentos sem que estes sejam explicitamente programados, com base em dados recolhidos, em análises e noutro tipo de observações. A consultora explica que apesar do medo generalizado de que a IA venha a substituir os humanos, as tecnologias de IA e machine learning, à data de hoje, podem na realidade ampliar em grande escala as capacidades do ser humano, dado que as máquinas conseguem executar determinadas tarefas mais rapidamente e melhor. No entanto, é na combinação entre humanos e máquinas que reside o maior potencial, e não na substituição.

A Gartner diz que os vendors só conseguirão explorar a oportunidade da IA se compreenderem aspetos fundamentais. Em primeiro lugar, que é importante não catalogar indiscriminadamente os produtos como ofertas de IA, porque a falta de diferenciação conduz a confusão e conduz ao adiamento das decisões de compra. Há mais de mil providers de aplicações e plataformas que se descrevem como vendors de IA ou que dizem incluir IA nos seus produtos. Para as empresas, porém, é mais importante ter acesso a um conjunto de case studies onde se demonstrem resultados quantificáveis obtidos pela utilização da IA e os problemas que esta resolve, diz a Gartner. 

Por outro lado, salienta, as organizações não têm os skills necessários para avaliar, construir e implementar soluções de IA – mais de metade dos inquiridos num estudo recente da Gartner indicaram a falta de competências nesta área como o principal desafio de adotar a IA. O estudo descobriu que as organizações procuram soluções de IA que melhorem os processos de decisão e a automação de processos. Se pudessem escolher, as organizações prefeririam adquirir soluções de IA já incorporadas ou prontas a utilizar, ao invés de terem de construir elas próprias uma solução à medida.

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