IA tem impacto na dívida digital e aumenta criatividade

Estudo da Microsoft indica que 70% dos inquiridos delegaria o máximo de trabalho possível à inteligência artificial para diminuir a carga de trabalho

IA tem impacto na dívida digital e aumenta criatividade

Para preparar os líderes e as empresas para a era da Inteligência Artificial (IA), a Microsoft divulgou as conclusões do Work Trend Index 2023 – “Will AI Fix Work?”. O estudo contou com a participação de mais de 31 mil pessoas, em 31 países, e analisa biliões de sinais de produtividade no Microsoft 365 e tendências laborais no LinkedIn entre 1 de fevereiro de 2023 e 14 de março de 2023.

O estudo revela três insights urgentes para os líderes que procuram compreender e adotar a IA de forma responsável na sua organização:

1. Dívida digital está a colocar em risco a inovação 

Num mundo em que a criatividade é a nova produtividade, a dívida digital – elevado fluxo de dados, emails, reuniões e notificações – está a afetar o negócio. Neste estudo, cerca de 64% dos inquiridos afirmam ter dificuldades em ter tempo e energia para desempenhar o seu trabalho – sendo que têm 3,5 vezes mais probabilidades de também terem dificuldades com o pensamento estratégico. 60% dos líderes afirmam já estar a sentir estes efeitos, afirmando que a falta de ideias inovadoras nas suas equipas é uma preocupação.

Quando analisada a forma como as pessoas despendem o tempo, é evidente que a falta de concentração, a procura de informação e o volume de comunicações têm um custo. 68% afirma não ter tempo suficiente para se concentrar sem interrupções, enquanto 62% se debate com o tempo gasto na procura de informações.

Numa análise mais fina, nas aplicações do Microsoft 365, o colaborador médio passa 57% do tempo a comunicar (reuniões, emails e chat) e 43% a criar (documentos, folhas de cálculo e apresentações). Os utilizadores mais intensos (top 25%) passam 8,8 horas por semana a enviar emails e 7,5 horas por semana em reuniões – mais de dois dias úteis a gerir a caixa de entrada e a ter reuniões.

2. Uma nova aliança entre a IA e os colaboradores 

Numa altura em que existe uma grande preocupação que a IA vá tirar empregos, os dados revelaram o contrário: os colaboradores estão mais ansiosos para que a IA alivie a carga de trabalho do que receiam a perda de postos de trabalho. Apesar de 49% afirmarem estar preocupados que a IA vá substituir os seus empregos, 70% delegaria o máximo de trabalho possível à IA para diminuir a carga de trabalho.

Entre os possíveis cenários de utilização, três em cada quatro pessoas afirmam que se sentiriam confortáveis em utilizar a IA para tarefas administrativas (76%), trabalho analítico (79%) e criativo (73%). Inclusivamente, para ajudar a encontrar as informações e respostas de que necessitam (86%), resumir reuniões e pontos de ação (80%) e planear o dia (77%).

Os inquiridos também acreditam que a IA pode aumentar a criatividade, sendo que, quanto mais compreendem, mais percebem as vantagens. Por exemplo, 87% dos trabalhadores em funções criativas, que estão extremamente familiarizados com a IA, afirmam que se sentiriam confortáveis em utilizar esta ferramenta para os aspetos criativos do seu trabalho.

3. Todos os colaboradores devem saber trabalhar com a IA 

Trabalhar com a IA - utilizando a linguagem natural - será tão inerente à forma de trabalhar como a Internet e o PC. 82% dos líderes inquiridos afirmam que os seus colaboradores vão precisar de novas habilitações para estarem preparados para o crescimento da IA. À medida que a IA transforma o trabalho, a colaboração entre humanos e IA será o próximo padrão de trabalho transformacional - e a capacidade de trabalhar iterativamente com a IA será uma habilidade essencial.

Para reforçar, existem 33 vezes mais publicações no LinkedIn a mencionar tópicos como IA generativa e GPT do que há um ano e, em março de 2023, a proporção de anúncios de emprego nos EUA no LinkedIn que mencionam GPT já aumentou 79% em relação ao ano anterior.

Esta nova geração de IA irá permitir eliminar as tarefas morosas e impulsionar a criatividade”, afirma Satya Nadella, chairman e CEO da Microsoft. “Existe uma enorme oportunidade para as ferramentas impulsionadas por IA ajudarem a aliviar a dívida digital, a desenvolver novas habilitações e a capacitar os colaboradores”.

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