Durante o DES, foi realçado a importância da inteligência artificial e como a tecnologia pode melhorar as diferentes indústrias, mas é necessária uma abordagem humana e uma framework regulatória
A aplicação de Inteligência Artificial (IA) está a alcançar enormes avanços na indústria, desde a otimização da produtividade até à hiperpersonalização no atendimento ao cliente, estimulando a criatividade e melhorando a saúde das pessoas. Durante DES - Digital Enterprise Show, realizado em Málaga, Espanha, abordou como é que a aplicação da IA está a contribuir como alavanca para a transformação e competitividade das empresas. No setor da saúde, a IA está a obter grandes benefícios na melhoria do bem-estar das pessoas. Porém, com o aumento dos neurodados, é necessário garantir novos direitos individuais, impulsionar a regulação, bem como a utilização responsável da tecnologia. Ana Maiques, CEO da Neuroelectrics, abordou as possibilidades oferecidas pela aplicação da IA à neurociência. “Usando gémeos neurais para ver o que acontece em cérebros que sofrem de depressão, epilepsia, etc., também podemos estimular o cérebro com eletrochoques para tratá-los”, explica. No entanto, Maiques levantou desafios de privacidade. “Neste momento, podemos optar por não ter perfis nas redes sociais se não quiser ver o que há nestes locais. Mas uma vez que se têm coisas implementadas no cérebro, não há escolha. É uma grande incógnita o que tecnologias como os implantes vão fazer às pessoas”. Poonacha Machaiah, CEO da Fundação Chopra, disse que “o futuro da IA na saúde é tornar as doenças ‘opcionais’. Não devemos morrer de doenças, que se devem em grande parte a fatores de estilo de vida e não à genética”. Ao mesmo tempo, defendeu uma utilização consciente dos dados e considerou que a aplicação correta de IA pode ajudar a neutralizar episódios de suicídio e outras tecnologias, como o metaverso, podem ajudar na recuperação de traumas e fobias. Ao mesmo tempo, Oualae Alami, Líder Comercial Global, Combos e Vacinas contra a Influenza da Pfizer destacou as melhorias que a IA está a trazer para a identificação precoce de cancro e a otimização dos tratamentos. Também considerou que esta tecnologia pode melhorar o acesso ao tratamento e à informação de saúde com equidade, mas para isso “precisamos de uma boa representação da etnia e de género, e precisamos de garantir que a IA corrige alguns dos preconceitos e erros que a ciência teve no passado”. |