IA: 82% dos CEO preveem forças de trabalho híbridas

Segundo um estudo apresentado pela Dell Technologies, a grande maioria dos líderes empresariais preveem que as máquinas sejam integradas nas equipas das suas organizações nos próximos cinco anos – mas desse ponto em diante, as opiniões divergem

IA: 82% dos CEO preveem forças de trabalho híbridas

De acordo com o estudo global disponibilizado pela Dell Technologies, metade dos 3.800 líderes de empresas globais inquiridos considera que a automatização de sistemas irá libertar tempo, e 42% consideram vir a ter uma maior satisfação no emprego ao dedicarem tarefas a máquinas.

Este relatório prevê que até 2030, as tecnologias emergentes vão cimentar as parcerias entre humanos e máquinas, relações mais ricas e envolventes que antes, ajudando a ultrapassar as nossas limitações. Os líderes das empresas concordam: 82% dos inquiridos esperam que humanos e máquinas funcionem como equipas integradas na sua organização nos próximos cinco anos.

Mas existe também uma divisão quanto à forma como o futuro se apresenta – como uma oportunidade ou uma ameaça – e uma pressão marcada para a mitigação destes riscos. Por exemplo:

  • 48% referem que quanto mais dependermos da tecnologia, mais teremos a perder no caso de um ciberataque; 52% não têm esta preocupação
  • 50% dos líderes querem protocolos mais claros para prever situações de falha nas máquinas autónomas; a outra metade abstém-se
  • 45% refere que os computadores terão de decifrar o que são bons e maus comandos; 55% não vêem essa necessidade

“É fácil perceber a razão pela qual a comunidade empresarial está tão polarizada”, comenta Jeremy Burton, chief marketing officer da Dell Technologies. “Existem duas perspetivas extremas sobre o futuro: a visão da obsolescência humana, baseada numa abordagem mais ansiosa, e a visão otimista de que a tecnologia irá ser a resposta para os nossos maiores problemas sociais. Estas diferentes perspetivas podem dificultar a forma como as organizações se preparam para um futuro que está a chegar e podem transformar-se em areia na engrenagem neste processo de mudança que se impõe”.

Dada a promessa de uma alteração monumental – alimentada pelo aumento exponencial de dados e de aplicações, o poder de processamento e a conectividade necessários para a materializar – 56% especulam que as escolas vão precisar de explicar a forma como aprendemos, e não o que aprendemos, de forma a prepararem os alunos para empregos que ainda não existem. Esta forma de pensamento corrobora as previsões do IFTF: 85% dos empregos que vão existir em 2030 ainda não foram inventados.

 

O peso das barreiras

Além disso, muitas empresas não apresentam o ritmo necessário nem a profundidade necessárias nas abordagens para ultrapassar as barreiras mais comuns para funcionarem como uma empresa digital bem-sucedida. Apenas 27% das empresas acreditam que estão na vanguarda, integrando a vertente digital em tudo o que fazem. 42% não sabem se vão conseguir competir na próxima década, e a maioria (57%) luta diariamente para acompanhar o ritmo das mudanças.

As principais barreiras para que as empresas se transformem em negócios digitais bem-sucedidos em 2030 e para além deste ano são:

  • Falta de visão digital e estratégica: 61%
  • Falta de preparação da força de trabalho: 61%
  • Constrangimentos tecnológicos: 51%
  • Constrangimentos de tempo e orçamento: 37%
  • Leis e regulamentações: 20%

 

Juntos na necessidade de transformação

Os líderes podem revelar-se divididos na sua perspetiva de futuro e nas barreiras que enfrentam, mas estão juntos na necessidade de transformação. A maioria das empresas acredita estar preparada para as mudanças num prazo de cinco anos, independentemente dos desafios que tem pela frente.

Possíveis marcos nos próximos cinco anos:

  • Implementação efetiva de defesas para cibersegurança: 94%
  • Oferta do portefólio de produto como serviço: 90%
  • Conclusão da transição para um negócio definido por software: 89%
  • A I&D irá ser o motor da organização: 85%
  • Capacidade de oferta de experiências híper conectadas a clientes através de realidade virtual (RV): 80%
  • Utilização da IA para prever as exigências dos clientes: 81%

Burton acrescenta: “Estamos a entrar numa era de alterações monumentais. Muito embora os líderes das empresas apresentem visões contrastantes do futuro, partilham uma necessidade comum: a da transformação. Baseado em muitas conversas que tenho com clientes, acredito que estamos a chegar a um marco importantíssimo. As empresas precisam de enfrentar a realidade, transformar as suas TI, a sua força de trabalho e segurança para assumirem um papel preponderante no futuro. A alternativa é ficarem para trás”.

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