O grupo F3M, em conjunto com a Associação Fraunhofer, desenvolveu uma solução tecnológica que junta smartphones e lentes de magnificação para recolher e analisar imagens clínicas de forma detetar de forma precoce problemas de saúde como cancro de pele e úlceras de pressão
A solução desenvolvida pelo grupo F3M é única no mercado e vai poder ser utilizada por médicos e outros profissionais de saúde na deteção e tratamento precoce de doenças emergentes, como o cancro cutâneo, ou de problemas de saúde pública, como é o caso das úlceras de pressão, que afetam anualmente milhares de portugueses. É um projeto liderado pelo grupo tecnológico português F3M e que conta também com a participação do avançado centro de investigação que a Associação Fraunhofer (um dos maiores institutos de I&D empresarial da Alemanha) tem em Portugal. A grande inovação desta solução reside no facto de permitir não só a recolha e captura de imagens clínicas, mas também fazer a sua análise automática. As fotografias obtidas e o respetivo relatório de análise serão depois acedidos por médicos especialistas, evitando a necessidade de consultas presenciais e tornando o processo de diagnóstico e definição de tratamento bastante mais rápidos. Esta solução pode, por isso, trazer maiores benefícios para populações longe dos grandes centros urbanos, com menor acesso a especialistas. Outra grande vantagem da nova solução reside no facto de poder auxiliar os profissionais de saúde a analisar amostras de sangue e a rastrear e a monitorizar sinais e úlceras cutâneas, podendo ser utilizada em diversas áreas da saúde, nomeadamente em Dermatologia, Oncologia, Cirurgia Plástica, Hematologia e Infecciologia. A ferramenta, que garantirá imagens de alta qualidade, em tempo real, será intuitiva e de fácil utilização por parte de médicos e clínicos não especializados, sem recurso a formação ou treino específico. A nova ferramenta será também um importante recurso para otimizar os serviços de saúde, quer públicos, quer privados. Por um lado, além de apoiar o diagnóstico clínico, esta solução vai permitir uma diminuição no número de consultas presenciais e, dado o diagnóstico precoce, reduzir o número de casos clínicos que retornam às consultas de especialidade. Além de mais eficiência, será um recurso de baixo custo, o que garantirá um maior acesso por parte das unidades de saúde. Refira-se que, em Portugal, o cancro cutâneo corresponde a um terço da totalidade dos cancros detetados e, segundo dados da Direção Geral de Saúde, estima-se uma prevalência média de úlceras de pressão de 17,5% em serviços de Medicina, sendo cerca de 95% dos casos evitáveis através da identificação precoce do grau de risco. A inclusão desta solução permitirá por isso reduzir os encargos financeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) alocados ao internamento e readmissões. Por outro lado, o envolvimento por vezes da especialidade Oncologia no tratamento destes problemas, torna-se ainda mais complicado, principalmente em zonas afastadas dos grandes centros urbanos. De acordo com um estudo realizado, apenas existem no SNS, 59% dos recursos necessários estimados a nível nacional. |