A consultora entende que cada uma destas tecnologias deve estar no radar das empresas nos próximos dois anos, ao permitirem libertar todo o potencial da IoT
A Gartner entende que a tecnologia ao redor da IoT terá um impacto significativo no seio das organizações, afetando a sua estratégia de negócio, gestão de risco e uma série de áreas técnicas, tais como arquitetura e design de redes
"A IoT impõe um extenso conjunto de novas tecnologias e capacidades que muitas organizações ainda não dominam", indica Nick Jones, vice presidente e analista da Gartner. "Um tema recorrente no espaço da IoT é a imaturidade das tecnologias e serviços, assim como dos fabricantes que os fornecem. Arquitetar uma solução para esta imaturidade e gerir o risco que esta aporta será o desafio-chave para as organizações que exploram a IoT. Em muitas áreas tecnológicas, a falta de capacidades irá refletir desafios significativos".
Deste modo, a Gartner identifica as 10 tecnologias de IoT principais que irão disseminar-se entre 2017 e 2018.
Segurança
É a primeira a ser apontada, já que a IoT que irá introduzir uma série de novos riscos relacionados com a proteção dos dispositivos de IoT, nomeadamente as suas plataformas e sistemas operativos, comunicações, e até sistemas aos quais os dispositivos IoT estarão conectados. Serão necessárias tecnologias de segurança, segundo a Gartner, que terão a missão de proteger os dispositivos e plataformas de IoT tanto de ataques com vista a roubar informação como de ataques físicos, de assegurar encriptação das comunicaões, de impedir ataques que visem esgotar a bateria do dispositivo ou de dispositivos falsos que se façam passar pelos verdadeiros. A segurança da IoT será, por isso, um desafio, também porque os dispositivos utilizam processadores e sistemas operativos simples que não suportam abordagens de segurança sofisticadas.
"Especialistas com experiência na segurança da IoT são raros, e as soluções de segurança atualmente estão fragmentadas e envolvem múltiplos fabricantes", refere Nick Jones. "Vão surgir novas ameaças em 2021, com os hackers a encontrarem novas formas de atacarem os dispositivos de IoT e os protocolos, ou seja, as 'coisas' com um tempo de vida de maior duração terão de obter um hardware e software atualizados para se adaptarem ao seu tempo de vida".
Analytics
O negócio à volta da IoT irá gerar dados que deverão ser analisados pelas "coisas" de diferentes formas. As ferramentas de analytics implementadas no seio da IoT serão úteis para compreender o comportamento e as preferências dos consumidores, para se melhorarem os produtos, assim como analisar e identificar as melhores oportunidades de mercado. Estas ferramentas de analytics terão de se adaptar a esta nova realidade da IoT, embora, ao mesmo tempo que o volume de dados, segundo a Gartner, evoluirá significativamente até 2021, as necessidades da IoT poderão divergir das ferramentas de analytics atuais.
As "coisas" de longa duração vão necessitar de serem geridas e monitorizadas, algo que inclui a monitorização de dispositivos, atualizações de software e firmware, diagnóstico, analytics e reporting e gestão de segurança.
As ferramentas de gestão terão, portanto, novos desafios, uma vez que a IoT implica a gestão de centenas, milhares, de dispositivos.
A seleção de uma rede de wireless para um dispositivo de IoT terá muitas implicações, sendo necessário considerar a gama, ciclo de vida das baterias, largura de banda, densidade e custos operacionais e de endpoints. As redes low-power de baixa gama irão dominar a conectividade wireless da IoT em 2025.
A Gartner aponta para redes móveis que não estão preparadas para fornecerem uma boa combinação de características técnicas e custos operacionais para as aplicações de IoT que necessitam de cobertura em áreas amplas, ao mesmo tempo que têm pouca largura de banda, um ciclo de vida de bateria positivo, custos reduzidos de operações e em relação a hardware, e conexões de alta densidade.
O objetivo a longo prazo das áreas amplas da rede da IoT é fornecer rácios de dados de centenas de bis por segundo (bps), pra dezenas de kilobits por segundo (kbps) através de custos reduzidos e baterias que durem mais de 10 anos.
Processadores para a IoT
Os processadores e arquiteturas utilizados pelos dispositivos da IoT definem muitas das suas capacidades, nomeadamente sobre a sua capacidade de segurança e encriptação, consumo energético, sobre se terão uma estrutura capaz de suportar um sistema operativo e um firmware atualizável.
Os sistemas operativos como o Windows e o iOS não foram concebidos para aplicações de IoT, que consomem mais energia e necessitam de processadores mais rápidos. Deste modo, uma nova série de sistemas operativos dirigidos aos dispositivos de IoT foram desenvolvidos, de forma a se adaptarem aos diferentes hardwares destas aplicações.
Para a analista, muitas das aplicações de IoT irão gerar rácicos de dados bastante altos, que deverão ser analisados em tempo real. Já é habitual os sistemas criarem dezenas a centenas de dados em segundos, e em alguns casos até milhares de dados. Para se conseguir dar resposta a estas situações, surgiram as plataformas distributed stream computing, que geralmente utilizam arquitecturas paralelas de modo a processarem grandes volume de dados e analisarem padrões de identificação em tempo real.
Plataformas de IoT
As Plataformas de IoT agrupam muitas das infraestruturas que fazem da IoT um produto único.
Os serviços fornecidos por estas plataformas, enquadram-se essencialmente em três principais categorias, tais como o controlo dos dispositivos de baixa gama e as comunicações; gestão e monitorização dos dispositivos, atualização e segurança do firmware; gestão da aquisição e transformação da IoT e o desenvolvimento das aplicações de IoT.
Muitos dos ecossistemas da IoT ainda vão emergir, e assim, a luta comercial e técnica entre ecossistemas, irá dominar áreas como as de smart home, smart city e cuidados de saúde. A Gartner aconselha os fabricantes destas aplicações a estarem preparados para atualizarem os seus produtos e manterem-se ao nível das expetativas do mercado.