Flexibilidade, agilidade e produtividade entre as tendências do ‘novo normal’

Estudo da Michael Page define as tendências, os desafios e as oportunidades a nível dos recursos humanos para a reconstrução e crescimento das organizações

Flexibilidade, agilidade e produtividade entre as tendências do ‘novo normal’

Flexibilidade, agilidade e produtividade são as novas tendências do próximo normal, de acordo com o estudo “The Next Normal, elaborado pela Michael Page que analisa as tendências, os desafios e as oportunidades ao nível dos recursos humanos para passar da fase de sobrevivência à reconstrução e crescimento das organizações.

O estudo conclui que a atração dos melhores candidatos requer uma abordagem transparente, imparcial e que coloque as pessoas em primeiro lugar, nesta fase de transformação. A atração e retenção do talento depende ainda de vários fatores de motivação, como o relacionamento com os colegas e chefias, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e o propósito e valor da empresa em que estão inseridos. Assim, para 94,9% dos colaboradores inquiridos pela Michael Page em toda a Europa, a relação com os superiores e os colegas é o fator essencial ao ponderar uma mudança, seguido pelo reconhecimento do seu trabalho (94,7%) e possível acesso a formação (90,2%), significativamente antes de um aumento salarial (74,6%). 

A flexibilidade como nova tendência do próximo normal, é comprovada por 89,8% dos colaboradores entrevistados pela Michael Page em 2020 que insistiram na necessidade de um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. 

No que respeita ao trabalho, o estudo revela ainda que a mudança é inevitável para 72% dos colaboradores inquiridos pela Michael Page, que acreditam que a crise da COVID-19 terá impacto nas suas expectativas e opções de carreira. As preocupações em torno da segurança no emprego no espaço de seis meses preocupam 31% dos mesmos, ao passo que 35% estão apreensivos com a forma como o próximo ano irá correr.

Os modelos de trabalho híbrido e remoto são também encarados de forma positiva e podem atrair candidatos talentosos. De acordo com a investigação efetuada pela Michael Page, 81,2% dos colaboradores acreditam que podem exercer as suas funções a trabalhar total ou parcialmente de forma remota. 

O crescimento do escritório em casa é considerado como algo positivo. Mesmo sem as restrições do confinamento implementadas, 62% dos colaboradores afirmam que pretendem trabalhar a partir de casa mais do que anteriormente.

A agilidade chegou a muitas empresas durante o ano de 2020 e é ainda o meio de combate enquanto as empresas se estabelecem no próximo normal. Relativamente às competências mais valorizadas, o acesso à formação está entre as três prioridades principais para os colaboradores e candidatos que têm em mente o seu próximo passo, com 90,2% dos inquiridos pela Michael Page a afirmar que este é um fator decisivo. 

Álvaro Fernandez, Managing Director da Michael Page, referiu, em comunicado, que “o curto período de um ano transformou intensamente o mundo em que vivemos e trabalhamos, e uma das maiores mudanças foi a rápida ascensão do escritório em casa. De um momento para o outro, a digitalização já não é uma aspiração, mas sim uma realidade que nasceu da necessidade. Esta metamorfose teve inevitavelmente um impacto em todos os aspetos da gestão de recursos humanos, desde a atração e retenção de talentos até à cultura empresarial. Como os nossos consultores constataram, muitas empresas enfrentaram inicialmente uma acentuada curva de aprendizagem. No entanto, com a orientação certa, muitas também abriram caminho para um novo padrão de flexibilidade, agilidade e produtividade”.

As competências sociais são também das tendências mais valorizadas, com a coordenação, a gestão do tempo e a comunicação em primeiro plano, especialmente na liderança, à medida que mais empresas mantêm estratégias de trabalho remoto ou híbrido e os colaboradores conseguem conciliar as expectativas com as limitações. Neste âmbito, quando interrogados pela Michael Page sobre as competências sociais que estes pensam que têm maior procura atualmente para as empresas e os gestores responsáveis pela contratação, os colaboradores e os candidatos apontam três: resolução de problemas (55,6%), espírito de equipa (48,8%) e comunicação (45,7%).

O estudo conclui também que durante a pandemia, o trabalho remoto gerou um nível surpreendente de produtividade e envolvimento para muitas organizações. No que diz respeito à produtividade, quando questionados sobre se a forma como os empregadores geriram a sua força de trabalho durante o confinamento teve impacto no empenho dos colaboradores, a maioria responde que sim. 30% dos candidatos reportaram sentirem-se menos empenhados com a sua empresa, ao passo que apenas 17% afirmaram que o seu empenho tinha aumentado. A liderança eficaz é, pois, a chave para gerir as equipas remotas e manter os colaboradores empenhados, devendo as empresas encontrar o equilíbrio entre a autonomia do trabalho remoto e as orientações de gestão.

As conclusões apontam ainda para uma boa correlação entre o trabalho remoto e a produtividade (44% dos colaboradores afirmaram que a sua produtividade melhorou graças aos diferentes horários ou às disposições de escritório em casa). Além disso, quase um terço reportou um aumento da motivação e da satisfação no trabalho. Para tal, contribuíram a confiança e a transparência que constituem os pilares da produtividade do trabalho remoto e encontram-se no topo da lista daquilo que os candidatos procuram num empregador. 

Criar uma força de trabalho resiliente e motivada numa realidade em constante desafio, relevou-se um enorme desafio para os gestores e as empresas. A investigação efetuada pela Michael Page mostra que, durante o período do confinamento, 42% dos colaboradores se sentiram insatisfeitos com a forma como os empregadores comunicaram a sua visão do futuro. 

Além da flexibilidade, a paridade de género é um fator determinante na decisão do próximo passo para 63% dos colaboradores e candidatos inquiridos pela Michael Page, imediatamente antes do horário de trabalho flexível (61%). No início do próximo normal, os líderes mais estratégicos estão a oferecer modelos de trabalho híbrido que impulsionam a autonomia e o bem-estar dos colaboradores, e a incentivar a diversidade e a inclusão, com a criação de trabalhos mais equitativos e atrativos.

Os modelos híbridos de horários flexíveis e trabalho remoto são o caminho a seguir no próximo normal e mudaram inevitavelmente o desenvolvimento orgânico da cultura empresarial que deixa de estar enraizada num local ou numa rotina das nove às cinco. Ao mesmo tempo, a cultura empresarial é essencial para reforçar as relações e para o sucesso do local de trabalho digital. Ao recorrer a uma comunicação aberta e à empatia, os líderes podem lançar as bases para uma cultura atenta, vibrante e inclusiva, necessária para a progressão.

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