Na Conferência de Paris, dedicada ao tema da inteligência artificial, viu os Estados Unidos e o Reino Unido a recusarem-se a assinar uma declaração para inteligência artificial “inclusiva e sustentável”, que foi assinada por cerca de 60 países, incluindo Portugal
Os Estados Unidos da América e o Reino Unido foram dois dos principais países a ficar de fora de uma declaração assinada durante a Conferência de Paris, que se realizou esta segunda e terça-feira em França e se focou no tema da Inteligência Artificial (IA). Os dois países recusaram-se a assinar a declaração para IA “inclusiva e sustentável”. Portugal assinou a declaração. Esta declaração procura apresentar as prioridades no desenvolvimento de inteligência artificial, nomeadamente que a IA deve “garantir que é aberta, inclusiva, transparente, ética, segura, protegida e fiável, tendo em conta as estruturas internacionais para todos” e “tornar a IA sustentável para as pessoas e para o planeta”. O documento foi assinado por cerca de 60 países, onde se inclui, por exemplo, a China. Um porta-voz do governo britânico refere que o documento não vai longe o suficiente para endereçar a governança global de IA e o impacto da tecnologia. Assumindo que o Reino Unido “concorda com muitas declarações dos líderes” e vai “continuar a trabalhar de perto com os parceiros internacionais”, a declaração, no entanto, “não fornece clareza prática suficiente sobre a governação global, nem abordou suficientemente questões mais difíceis em torno da segurança nacional e o desafio que a IA representa”. Do lado norte-americano, o vice-presidente dos EUA JD Vance criticou a postura de “excessiva regulação” europeia sob a tecnologia e alertou para a cooperação com a China. “Claro que queremos garantir que a Internet é um lugar seguro, mas uma coisa é impedir que um predador ataque uma criança na Internet. Outra bem diferente é impedir ou homem ou uma mulher adulta de aceder a uma opinião que o governo considera desinformação”, afirma o vice-presidente norte-americano. JD Vance referiu, ainda, que os Estados Unidos acredita “firmemente que a IA deve permanecer livre de preconceitos ideológicos e que a IA [norte] americana não será cooptada como uma ferramenta de censura autoritária”. |