Com o casaco InvisDefense, as câmaras que utilizam IA não conseguem identificar os utilizadores enquanto humanos
Uma equipa de estudantes chineses criou uma peça de vestuário que impede que câmaras de sistemas de inteligência artificial reconheçam o seu utilizador como humano. A camada InvisDefense baseia-se em padrões impressos para uso diurno e inclui uma série de elementos geradores de calor para despistar câmaras de infravermelhos à noite. O engenho foi vencedor de um prémio promovido pela Huawei Technologies em competições para estudantes universitários chineses. O projeto, supervisionado pelo professor Wang Zheng, da escola de ciências da computação da Universidade de Wuhan, vai ser apresentado na conferência da AAAI 2023 em Washington DC, em fevereiro. “A InvisDefense permite que a câmara te capture, mas não diga se és humano”, acrescenta o professor, que afirma que a peça pode vir a ser uma mais-valia para uniformes militares ou para investigadores de IA para melhorar modelos de reconhecimento. De acordo com Wei Hui, estudante de doutoramento que criou o algoritmo, uma grande dificuldade era criar um padrão que confundisse câmaras de vigilância de IA sem parecer visível para os humanos. “Tradicionalmente, os investigadores utilizavam imagens brilhantes para interferir com a visão da máquina e funcionavam”, explica, “mas isso destaca os olhos humanos, tornando o utilizador ainda mais visível". "Recorremos a algoritmos para desenhar os padrões menos visíveis que podem desativar a visão do computador”, completa. A equipa responsável pelo projeto testou mais de 700 padrões em três meses e procuraram tornar a peça o mais económica possível, com um custo final total de cerca de 58 libras. Com a solução, a precisão das câmaras foi reduzida em 57%, mas poderá aumentar após mais testes. “Os nossos resultados provam que ainda existem lacunas na tecnologia atual de inteligência artificial e tecnologia de reconhecimento de computadores, os investigadores poderiam usar os nossos algoritmos para melhorar os modelos atuais”, explica o professor responsável. |