Estudo indica que o investimento de capital de risco em computação quântica duplicou nos últimos três anos e que os casos de utilização empresarial triplicaram durante o mesmo período, com mais de cem provas de conceito ativos no ano passado
Estima-se que a computação quântica ao nível empresarial irá começar a gerar valor comercial real nos próximos dois a três anos, com os computadores quânticos a oferecer uma vantagem suficiente em relação às ferramentas existentes para que as empresas estejam dispostas a utilizá-los para resolver problemas comerciais reais de acordo com o estudo “Quantum Computing is Becoming Business Ready” da Boston Consulting Group (BCG). A consultora estima que, uma vez atingida a maturidade (prevista para cerca de 2035), a tecnologia poderá criar entre 450 mil milhões e 850 mil milhões de dólares para os utilizadores finais, através de uma combinação de novas receitas e poupanças de custos. Não só há mais investidores na tecnologia, como os próprios investimentos estão a crescer em dimensão e significado. Segundo a Hyperion Research, o mercado global da computação quântica totalizou cerca de 614 milhões de dólares em 2022, prevendo-se que as despesas continuem a crescer mais de 25% ao ano, atingindo cerca de 1,2 mil milhões de dólares em 2025. O inquérito conduzido pela BCG revela que o investimento de capital de risco em computação quântica duplicou nos últimos três anos para quase 1,6 mil milhões de dólares em 2022. Durante o mesmo período, os casos de utilização empresarial (use cases) triplicaram, com mais de 100 provas de conceito empresariais ativas no ano passado em setores como a energia, serviços financeiros, cuidados de saúde e indústria automóvel. Metade das empresas recentemente inquiridas pela consultora investem mais de um milhão de dólares por ano na tecnologia e 70% destas empresas já o fazem há mais de três anos. A marca de um milhão de dólares é importante porque as empresas que gastam acima deste nível têm três vezes mais probabilidades de ter atenção ao retorno do investimento e duas vezes mais probabilidades de ter uma estratégia para proteger a sua propriedade intelectual e desenvolver as suas capacidades internas. Adicionalmente, também gastam duas vezes mais em hardware. O inquérito da BCG revela ainda que quase todas as empresas planeiam manter ou aumentar a despesa com computação quântica nos próximos anos. De facto, 80% dos primeiros utilizadores que gastam cinco milhões de dólares ou mais por ano pretendem aumentar a sua vantagem competitiva, planeando investir mais ano após ano. Na maioria dos setores, prevê-se que uma parte desproporcionada do valor criado pela computação quântica (a BCG estima que até 90%) irá para os primeiros utilizadores da tecnologia. |