Como o Tesla 3 está a mudar o paradigma

Foi lançado um carro, aliás, não foi lançado porque não existe, mas 325 mil pessoas deram dinheiro para reservar o seu automóvel, que nem sabem quando o receberão. O que o Tesla Model 3 está a demonstrar é que o paradigma da tecnologia está a mudar na mente dos consumidores

Como o Tesla 3 está a mudar o paradigma

Esta semana, o fabricante de veículos de luxo elétricos Tesla anunciou ter chegado às 325 mil encomendas (com depósito de dinheiro) do seu novo Model 3 cuja disponibilidade só ocorrerá em 2018 e cujas características, tais como a capacidade da sua bateria, em rigor, não estão definidas.

Desde 2003 que a marca californiana Tesla produz automóveis de luxo 100 por cento elétricos e com prestações desportivas que deixam muitos competidores com tecnologia de combustão interna no retrosivor.

Parte do segredo tecnológico está na eficiência dos motores elétricos, mas a parte que faculta ao Tesla a vantagem competitiva insere-se na tecnologia de baterias desenvolvida em conjunto com a Panasonic. O design faz o resto e muitos afortunados estão disponíveis para pagar mais de 100 mil $USD por um veículo que não se afastará mais de 300 Km de casa sem ter de recarregar a bateria (a uma velocidade constante de 110 Km/h).

Com o anúncio em 2014 do Tesla Model 3, os 300 Km de autonomia não mudaram, o que mudou foi o acesso que milhões de pessoas passam a ter um Tesla ao preço de pouco mais que um “ferro de engomar”, que é um Toyota Prius V ( 35.000 $USD)

Com uma operação de marketing que mais parece um “crowdfounding”, a Telsa conseguiu encomendas com mais de 2 anos de antecedência face à data previsível de entrega, mas sobretudo conseguiu a segurança e previsibilidade para romper o ciclo industrial de baixa-produção / preço alto para ricos, aventurando-se na grande produção destinada à classe média com "saúde financeira".

 O Tesla Model  3 prova a disponibilidade dos consumidores informados para investirem ( mesmo que com algum risco financeiro pessoal ) e para contribuírem para a alteração de um paradigma, de serem disruptivos com uma velha tecnologia e darem um salto sem rede para a inovação.

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