Como aproveitar a IA Generativa para o sucesso empresarial

Em dois relatórios publicados recentemente, a IDC identifica as atividades e elementos principais que as empresas devem implementar no caminho para a adoção da IA generativa

Como aproveitar a IA Generativa para o sucesso empresarial

Visando orientar os líderes empresariais na sua jornada de integração da Inteligência Artificial (IA) generativa, a International Data Corporation (IDC) publicou dois relatórios que indicam como as organizações devem investir na IA generativa, os casos de utilização prioritários, as partes interessadas necessárias para construir iniciativas de sucesso, introduzindo uma nova estrutura com as principais atividades para o impacto nos negócios – Caminho para o Impacto da IA Generativa.

Segundo a IDC, existe um conjunto de atividades principais que devem ser implementadas antes da adoção da IA generativa. Primeiramente, é necessário estabelecer uma política de IA responsável que salvaguarde os princípios de justiça, transparência, proteção e responsabilidade relativamente aos dados utilizados no treino de modelos e na utilização dos resultados. Esta política deverá ser transparente sobre as funções dos developers, utilizadores e outras partes interessadas.

Para além disto, a IDC recomenda a construção de uma estratégia e um roteiro de IA, com definição e priorização dos casos de utilização de IA generativa para orientar as empresas nas áreas que terão impacto nos seus negócios a curto, médio e longo prazo. Projetar uma arquitetura de inteligência, por sua vez, é fundamental, de forma a efetivar a gestão do ciclo de vida e a governança de dados, modelos e contexto de negócios para cada caso de utilização, incluindo protocolos para a privacidade de dados, segurança e proteção de propriedade intelectual.

Por fim, a IDC refere a importância da requalificação e formação do pessoal para a construção e utilização de modelos de IA generativa. Neste sentido, as empresas devem criar um mapa de competências para integrar a tecnologia nos seus negócios e implementar programas de treino personalizados para as funções necessárias.

Após a implementação destas atividades principais, as organizações devem compreender de forma clara as principais tecnologias da IA generativa, os seus modelos e as capacidades fundamentais, como o modelo de base generativa e os modelos de linguagem grande (LLMs).

A etapa seguinte na definição do caminho para o impacto da IA generativa assenta na priorização dos casos de utilização, que são iniciativas financiadas por negócios, possibilitadas pela tecnologia que fornece um resultado mensurável, define a IDC. Segundo os relatórios, os três principais casos de utilização que devem ser avaliados são:

  1. Indústria: estes casos de utilização estão associados a um trabalho mais personalizado e alguns poderão exigir a construção de modelos generativos de IA pelas próprias empresas. Alguns exemplos, segundo a IDC, são a descoberta generativa de medicamentos no campo de ciências biológicas e o design generativo de materiais para fabricação.
  2. Função de negócios: geralmente, estes casos de utilização envolvem a integração de um ou vários modelos com dados corporativos para serem utilizados por departamentos ou funções de negócios específicos, como marketing, vendas e compras. Muitas empresas já estão a testar estes casos, mas a divulgação da propriedade intelectual e a governança de dados são preocupações.
  3. Produtividade: estes casos de utilização remetem para tarefas de trabalho, como resumir relatórios, criar descrições de cargos ou criar códigos Java, visando a melhoria da produtividade. Esta funcionalidade da IA generativa já está a ser incorporada em aplicações como Microsoft 360 Copilot ou Duet AI para Google.

A IDC sublinha que as organizações devem estabelecer um programa de confiança e supervisão que assegure a sustentabilidade na integração das tecnologias de IA generativa. Tanto as empresas como os fornecedores de IA devem compreender os riscos e benefícios associados à sua utilização, estando preparados para remediar problemas que possam surgir.

Por fim, a IDC recomenda a adoção de uma estrutura de “três horizontes” na transformação dos modelos de negócios empresariais através da IA generativa: o Horizonte 1, centrado na inovação incremental de curto prazo; o Horizonte 2, assente na inovação disruptiva a médio prazo; e o Horizonte 3, associado à transformação do modelo de negócio a longo prazo.

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