Apenas um quarto das organizações tem programas de inteligência artificial responsável maduros

O estudo “To Be a Responsible AI Leader, Focus on Being Responsible” do MIT Sloan Management Review (MIT SMR) e da Boston Consulting Grouppretendeu avaliar o grau em que as empresas estão a endereçar a IA responsável

Apenas um quarto das organizações tem programas de inteligência artificial responsável maduros

Um novo estudo publicado pelo MIT Sloan Management Review (MIT SMR) e pela Boston Consulting Group (BCG) em conjunto com revela que apenas 25% das empresas têm programas de inteligência artificial responsável suficientemente maduros.

Designado “To Be a Responsible AI Leader, Focus on Being Responsible”, o relatório contou com a participação de 1.093 executivos de organizações com volume de negócios anual superior a 100 milhões de dólares, de dezenas de indústrias e países, assim como conhecimentos de mais de 25 peritos em IA.

Com o objetivo de avaliar o grau em que as empresas estão a endereçar a RAI, definido pelo MIT SMR e pela BCG como “um framework com princípios, políticas, ferramentas e processos para assegurar que os sistemas de IA sejam desenvolvidos e utilizados para ter um impacto positivo nos indivíduos e na sociedade, ao mesmo tempo que se alcança um impacto empresarial transformador”, o inquérito revela que quase um quarto dos inquiridos admitiu que a sua organização já sofreu uma falha de inteligência artificial. Neste caso, a RAI procura analisar os riscos da tecnologia e endereçar o seu impacto nas pessoas. No entanto, e como já vimos, menos de um quarto das organizações têm um programa dedicado e implementado.

Dos resultados obtidos, 84% dos executivos acreditam que a IA responsável deveria ser uma prioridade nas agendas de gestão.

Entre os inquiridos, 16% adotou já uma abordagem mais estratégica face à RAI, com o investimento em tempo e recursos - 74% dos líderes revelam que a RAI faz parte da agenda de gestão de topo dentro da organização, contra 46% dos não-líderes. Estes dados refletem o compromisso neste investimento, em detrimento dos resultados. Isto porque, na sua maioria, os líderes discordam sobre a RAI ter uma abordagem de “cumprir tarefa”. No caso das organizações que olham para a RAI neste sentido, há uma maior probabilidade de sofrerem falhas ao nível de IA do que as organizações líderes.

Os entraves de RAI

Segundo o relatório do MIT SMR e da BCG de 2019, 90% das empresas inquiridas tinham realizado investimentos nesta tecnologia. No entanto, no inquérito de 2022, apenas 52% dos inquiridos afirma que tem um programa dedicado em curso. Entre os maiores entraves à implementação de RAI estão a falta de conhecimentos e talento (54%) e a falta de formação e conhecimento entre colaboradores (53%).

Os casos específicos de África e da China

A BCG e o MIT quiseram perceber a realidade específica em África e na China na abordagem da RAI. 74% dos inquiridos em África afirma que a RAI está nas suas agendas de gestão de topo e 55% revela que os esforços da RAI nas suas organizações decorrem há um ano ou menos.

Já na China, 63% dos inquiridos considera que a RAI é um tópico na agenda de gestão de topo, com a mesma percentagem a concordar que as empresas estão preparadas para abordar os regulamentos que estão a emergir relativamente à inteligência artificial.

“Da otimização de processos ao apoio às decisões de gestão, esta tecnologia pode transformar e impulsionar o crescimento dos negócios. Contudo, a sua adoção deve ser responsável, já que acarreta riscos para a comunidade interna e externa à organização, e esta mentalidade deve constar da estratégia dos líderes das organizações e não de uma lista de tarefas a cumprir quando houver oportunidade”, afirmou José Ferreira, managing director e partner da BCG.

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