O relatório Work Trend Index 2025 da Microsoft aponta o surgimento de novas funções, estruturas e métricas no local de trabalho, impulsionadas pela integração da inteligência artificial
A Microsoft divulgou a edição de 2025 do Work Trend Index, um relatório anual que analisa as principais tendências do mundo do trabalho. Baseado em dados do Microsoft 365 e do LinkedIn, este ano, o documento introduz uma nova perspetiva, com contributos de especialistas em inteligência artificial, economistas e académicos que antecipam mudanças estruturais profundas nas organizações. De acordo com o relatório, 82% dos líderes consideram que 2025 será um ponto de viragem para rever aspetos essenciais das suas operações e estratégias. Entre as principais transformações destaca-se o surgimento das “Frontier Firms” – empresas que lideram na adoção de Inteligência Artificial (IA), confiam no uso de agentes inteligentes e já estão a colher benefícios significativos, com 71% dos seus colaboradores a afirmar que as organizações estão a prosperar, face a 37% a nível global. Com a pressão económica em aumento, a inteligência artificial é vista como uma nova alavanca de produtividade. Mais de metade dos líderes (53%) reconhece a necessidade de elevar a produtividade, embora 80% dos colaboradores refiram não ter tempo nem energia suficientes para cumprir as exigências. Interrupções constantes, em média 275 por dia, dificultam a concentração nas tarefas críticas. Para colmatar esta lacuna, 82% dos líderes planeiam expandir as suas equipas através do trabalho digital nos próximos 12 a 18 meses. A IA está a impulsionar não só a renovação de empresas estabelecidas, mas também o crescimento acelerado de startups. No LinkedIn, estas contratam ao dobro do ritmo das grandes tecnológicas, sinalizando uma redistribuição de talento para o ecossistema da inovação. A democratização da especialização, promovida pela IA, está a substituir estruturas hierárquicas por modelos de trabalho mais flexíveis e orientados para resultados. O relatório mostra ainda que 46% dos líderes já recorrem a agentes para automatizar processos, com destaque para áreas como serviço ao cliente, marketing e desenvolvimento de produtos. Neste novo cenário, surge uma métrica relevante: a proporção entre humanos e agentes. Saber quantos agentes são ideais para uma tarefa e onde o envolvimento humano é imprescindível será determinante para a eficácia das equipas, uma vez que a colaboração equilibrada entre humanos e IA exige avaliação contextual e definição clara de responsabilidades. A crescente presença de agentes no ambiente de trabalho dá origem a um novo perfil profissional: o gestor de agentes. Esta função exige competências para construir, treinar e coordenar agentes, sendo considerada essencial pelos líderes, que preveem que as suas equipas venham a desempenhar estas tarefas nos próximos cinco anos. Apesar do entusiasmo com o potencial da IA, persiste um desfasamento entre líderes e colaboradores. Enquanto 67% dos líderes afirmam estar familiarizados com agentes, apenas 40% dos colaboradores partilham esse nível de conhecimento. Ainda assim, 79% dos líderes acreditam que a IA terá um impacto positivo nas suas carreiras. O relatório prevê também a criação de novas funções associadas à IA, com 78% dos líderes a equacionarem ajustes na estrutura de pessoal, com 83% a antecipar que a tecnologia pode permitir aos colaboradores assumir responsabilidades mais complexas, tal como aconteceu com o surgimento de novas profissões na era da internet. |