A batalha pela propriedade das plataformas digitais já começou. Esta promete ser a maior luta desde o combate pelo domínio do ERP em 1990
A boa notícia para os CEOs é que existem oportunidades incríveis para as empresas que inovem e, em última instância, triunfem na criação de novas plataformas digitais que dão a melhor resposta às necessidades dos seus clientes, face à concorrência. Para os que ouvem falar pela primeira vez desta alteração sísmica, há uma má notícia: ainda estão muito atrasados. Mas não há motivo para alarme — mais vale tarde do que nunca. Vêm de todas as direçõesNum canto estão os campeões de “pesos pesados”; empresas com muitos ativos que têm estado a treinar intensamente para garantirem uma vantagem inicial junto dos seus clientes. Em geral, são empresas que detêm plataformas emergentes, caso da Predix, da GE, o conceito da General Motors para carros. Estas empresas estão a liderar a criação de novas plataformas digitais proprietárias baseadas num ecossistema de parceiros, e tecnologias digitais que geram novas fontes de receita baseadas nos seus ativos core, enquanto proporcionam valor diferenciado aos seus clientes. Do outro encontram-se os campeões de “pesos leves”: organizações com poucos ativos, que já nasceram nas plataformas digitais e estão agora a olhar além da sua capacidade core para desferir o derradeiro golpe nos concorrentes incumbentes. São empresas como a Google, que estão à procura de novas oportunidades de negócio, como por exemplo os carros autónomos. A Google sabe que é perfeitamente possível - talvez até inevitável - que a Geração Z escolha um carro novo com base no seu sistema operativo. Num outro canto – como assim, existe um outro canto? É que este não é um combate comum. Existem muito mais empresas a entrar no “ringue”. Aqui encontram- -se as aplicações que estão a criar novas interfaces para o consumidor, baseadas tanto na oferta dos tradicionais campeões de “pesos pesados” como nos pontos fortes dos “pesos leves”, caso da Nest (da Google) ou da Echo (da Amazon), nas casas conetadas. Estas aplicações estão a atrair com sucesso novos consumidores para as suas plataformas digitais, e procuram principalmente proporcionar uma experiência de utilizador conetada de elevada qualidade. E, por fim, no último canto – já está a perceber a ideia – encontram-se as interfaces digitais e virtuais baseadas em cloud e orientadas ao consumidor. É só pedir à Cortana para desferir o derradeiro golpe… Como CEO, o que poderá fazer?Ficar a assistir não é suficiente. É necessário entrar no ringue. Do que precisa?
Artigo original da Gartner, por Peter Sondergaard, Senior Vice President e Global Head Of Research na Gartner |