2020, um ano totalmente atípico, está a acabar. 2021 apresenta-se com uma elevada expetativa, mesmo que o momento que vivemos este ano se possa arrastar para – pelo menos – os primeiros meses do ano. Os planos renovam-se e as organizações preparam-se para mais desafios. O negócio tem de se adaptar.
Depois de um ano diferente de todos os outros, a expectativa para mudar para um novo ano é enorme. 2020 ficou marcado pela pandemia e as expectativas das empresas é que o ano de 2021 seja mais perto do que se esperava no final de 2019. Poucos previam que o tão aguardado de 2020 fosse marcado pela pandemia de COVID-19, mas a verdade é que, no setor de tecnologia, as inovações foram aceleradas e as empresas tiveram de se adaptar sob pena de não sobreviverem à pandemia. A transformação digital entrou definitivamente no léxico das organizações. Quem já tinha começado a sua jornada, viu o caminho facilitado durante a pandemia. Aquelas que ainda não tinham iniciado, tiveram de se adaptar rapidamente a uma nova realidade e, como se costuma dizer, mudar o pneu em andamento para que conseguissem chegar ao final da estrada. Como é hábito, a IDC preparou as suas dez previsões para os próximos anos, onde explica quais as tecnologias que vão aparecer ou crescer em termos de importâncias. Essas previsões são materializadas no FutureScape. Inovação, cloud e edge fazem parte das dez previsões da IDC para a indústria mundial de IT. Mas mais do que apenas prever o que vai acontecer em 2021, a IDC cria um roadmap das tendências dos próximos anos. No fim, como sempre, cabe às organizações precaverem-se de todas as eventualidades que vão ocorrer nos próximos anos – previstas ou não. Neste artigo, a IT Insight voltou a aliar-se à IDC para apresentar as dez previsões mundiais do FutureScape, às quais se juntaram nomes do mercado nacional para partilhar a sua visão de como estes pontos vão afetar o seu negócio ou indústria. IDC FutureScape: Previsões para a indústria global de IT em 20211. IT centrado na cloud. Até ao final de 2021, com base na aprendizagem feita em 2020, 80% dos negócios irão estabelecer um mecanismo de transição para infraestruturas cloud-centric e aplicações duas vezes mais rápidas do que anteriormente à pandemia. 2. Aceleração do edge. Até 2023, 80% dos investimentos edge-driven e alterações dos modelos de negócio na maioria das indústrias serão impulsionadas por reações às mudanças laborais e operacionais forçadas pela pandemia. 3. HybridByDesign. Até 2023, mais de 50% das novas infraestruturas de IT empresarial serão implementadas no edge em vez de em data centers, em contraste com os atuais 10%; em 2024, o número de aplicações edge irá crescer 800%. 4. Resolver a dívida técnica. Até 2023, 70% dos CIO terão de lidar com a dívida tecnológica acumulada durante a pandemia, criando stress financeiro, inércia na agilidade do IT, e “migrações forçadas” para a cloud. 5. Resiliência digital. Em 2022, empresas focadas na resiliência digital vão adaptar-se à disrupção e expandir os serviços para responder a novas condições 50% mais rapidamente do que empresas focadas em restaurar os níveis de resiliência de negócio/IT préexistentes. 6. Plataformas de automação. Até 2023, a plataforma-base de todas as iniciativas de automação de IT e negócios será um ecossistema cloud emergente para gestão de recursos e analítica em tempo real. 7. Aquisições para o desenvolvimento de IA. Até 2023, motivadas pela ambição de incorporar inteligência nos seus produtos e serviços, um quarto das empresas G2000 irão adquirir pelo menos uma startup de software de IA para assegurar que dispõem dos talentos e propriedade intelectual necessários. 8. Ecossistema TIC. Até 2024, 80% das empresas irão repensar as suas relações com fornecedores, prestadores de serviços e parceiros de forma a melhor executar estratégias digitais para uma distribuição ubíqua de recursos e automação das operações de IT. 9. IT junta-se à economia circular. Até 2025, o uso de materiais reutilizáveis nas cadeias de fornecimento de hardware de IT, a implementação de metas de neutralidade carbónica e um menor consumo de energia serão pré-requisitos de negócio para 90% das empresas G2000 ao lidar com fornecedores e parceiros. 10. As pessoas ainda importam. Até 2023, metade dos esforços das empresas para automação do negócio e construção de forças de trabalho híbridas serão atrasadas ou mal-sucedidas devido à falta de investimento na construção equipas de IT, segurança e DevOps com as qualificações e ferramentas adequadas.
1. Até ao final de 2021, com base na aprendizagem feita em 2020, 80% dos negócios irão estabelecer um mecanismo de transição para infraestruturas cloud-centric e aplicações duas vezes mais rápidas do que anteriormente à pandemia. "É facto incontornável que as soluções mais inovadoras em SI estão a surgir em primeiro lugar em plataformas de cloud, especialmente em áreas como a analítica e IA. Mas também as soluções de produtividade e plataformas de suporte ao negócio como ERP e CRM estão a ter ciclos de evolução mais rápidos na cloud, agora que as disciplinas ágeis e DevOps se encontram bem estabelecidas. É um ciclo virtuoso que, no fim, beneficia grandemente os clientes" Henrique Carreiro, Diretor IT Insight Impacto no IT
Estratégia
2. Até 2023, 80% dos investientos edge-driven e alterações dos modelos de negócio na maioria das indústrias serão impulsionadas por reações às mudanças laborais e operacionais forçadas pela pandemia "A época que vivemos está a alterar a forma como olhamos para a tecnologia e como esta altera o nosso trabalho. O mercado laboral está em total mutação e a mobilidade é fator imprescindível, o que obriga a uma mudança de paradigma, acelerando soluções de rede mais robustas, fiáveis e centralizadas em plataformas cloud, possibilitando uma operacionalização mais flexível e adaptada aos tempos que vivemos. As redes ganham uma dimensão cada vez mais critica: velocidade, fiabilidade e segurança passam a prioridade número um com a transição para o edge. Se a tecnologia consegue endereçar esta mudança na sociedade, é fundamental que as organizações se adaptem: a tecnologia obrigatoriamente deverá estar muito próxima da gestão do negócio, operações e RH. A tecnologia está ready… mas estarão as organizações?" Miguel Almeida, Diretor-Geral da Cisco Portugal Impacto no IT
Estratégia
3. Até 2023, 75% das empresas G2000 vão apostar fortemente em assegurar que todos os seus colaboradores estão adequadamente equipados para formar uma força de trabalho que é híbrida por design, não por força de circunstância, permitindo-lhes colaborar separadamente e em tempo real "O sucesso será determinado não apenas pela digitalização acelerada que vivemos, mas sobretudo por uma cultura de trabalho diferente, potenciada pela tecnologia, fomentando a comunicação mais efetiva, impulsionando novas formas de colaboração mais eficientes, e fundamentalmente incentivando à inovação bottom-up. Caberá às lideranças reconhecer esta oportunidade para aumentar ambos os eixos, produtividade e inovação, à medida que avançamos para um mundo de trabalho cada vez mais híbrido" Manuel Dias, National Technology Officer da Microsoft Portugal
Impacto no IT
Estratégia
4. Até 2023, 70% dos CIO terão de lidar com a dívida tecnológica acumulada durante a pandemia, criando stress financeiro, inércia na agilidade do IT, e "migrações forçadas" para a cloud "O termo “dívida técnica” (DT) foi usado desde os anos 90 por Ward Cunningham para o custo da iteratividade de desenvolvimento de software. A maioria dos CIO conhecem bem o impacto e desafios da DT e atualmente não é tanto a DT que terão de remediar, mas a transformação dos modelos de negócio. Essa transformação impacta processos, aplicações e infraestrutura. Uma das soluções para lidar com a DT foi a introdução do Agile, no entanto o que estamos a assistir atualmente é a necessidade de abordar vários conceitos integrados: dívida técnica, de arquitetura, de processos e social." Rui Serapicos, Managing Partner da CIONET Portugal Impacto no IT
Estratégia
5. Em 2022, empresas focadas na resiliência digital vão adaptar-se à disrupção e expandir os serviços para responder a novas condições 50% mais rapidamente do que empresas focadas em restaurar os níveis de resiliência de negócio/IT pré- existentes "O maior desafio para as organizações é encontrar o equilíbrio entre necessidades táticas, materializadas na redução de custos e otimização operacional e, simultânea e estrategicamente, garantirem a resiliência necessária às alterações drásticas que continuarão a ocorrer nos modelos de negócio, na forma como operam e interagem com os clientes. Não se trata de algo transitório, mas de uma exigência de ajustamento continuo, onde a agilidade é decisiva, para mais que sobreviver, ter vantagem competitiva" José Pratas, Head of Strategic Offering, Innovation and Partnerships da CGI Impacto no IT
Estratégia
6. Até 2023, a plataforma-base de todas as iniciativas de automação de IT e negócios será um ecossistema cloud emergente para gestão de recursos e analítica em tempo real "Muitas das operações já podem ser automatizadas e efetuadas em tempo real com robôs, é precisamente por isto que a IBM tem a visão e investido no desenvolvimento de plataformas que utilizam os recursos de cloud e da inteligência artificial para que de uma forma eficiente e escalável possa não apenas automatizar processos, mas toda a gestão documental, tomada de decisões, aprovações, classificações e automatizando inclusivamente a interação com o cliente." Carlos Galveias, CTO - IBM Cognitive Factory Impacto no IT
Estratégia
7. Até 2023, motivadas pela ambição de incorporar inteligência nos seus produtos e serviços, um quarto das empresas G2000 irão adquirir pelo menos uma startup de software de IA para assegurar que dispõem dos talentos e propriedade intelectual necessários "A adoção de IA está a acelerar (casos de uso e investimento) e a atingir um segundo estágio de maturidade, sendo reconhecida a sua importância e capacidade de gerar valor, mas a vantagem competitiva será futuramente mais difícil de manter. A aquisição de startups de IA é uma resposta pragmática à inevitabilidade positiva de AI everywhere, incorporando talento (centro de excelência), propriedade intelectual e diferenciação. O poder da IA é o de repensar a maneira como fazemos as coisas; tecnologia, algoritmos e dados são (apenas) a plataforma" Hervé Silva, Lead Partner of Analytics & Cognitive da Deloitte Impacto no IT
Estratégia
8. Até 2024, 80% das empresas irão repensar as suas relações com fornecedores, prestadores de serviços e parceiros, de forma a melhor executar estratégias digitais para uma distribuição ubíqua de recursos e automação das operações de IT "As organizações estão a adotar infraestruturas de TI que dão prioridade à interconexão e que facilitam a troca direta e privada dos dados. E a Platform Equinix faculta um ecossistema global que reúne tudo e todos – incluindo provedores de serviços e parceiros – através de uma arquitetura escalável e de confiança localizada no digital edge. Esta tendência é confirmada pelo Global Interconnection Index (GXI Vol.4), da Equinix, que prevê que a largura de banda de interconexão na Europa irá crescer 45% ao ano até 2023" Carlos Paulino, Managing Director da Equinix, Portugal Impacto no IT
Estratégia
9. Até 2025, o uso de materiais reutilizáveis nas cadeias de fornecimento de hardware de IT, a implementação de metas de neutralidade carbónica e um menor consumo de energia serão pré-requisitos de negócio para 90% das empresas G2000 ao lidar com fornecedores e parceiros "No mundo de hoje, o acesso ao digital é crítico. Para garantir a necessidade digital, e simultaneamente proteger o futuro do nosso planeta, os data centers devem ser escaláveis de forma sustentável. Ao planear os requisitos futuros, os CIO devem procurar soluções que lhes permitam reduzir o consumo de energia e reutilizar materiais que possam ser reciclados de forma responsável. Os data centers são o facilitador da energia e da transformação digital de hoje, conduzindo-nos a um futuro inteligente e verde" Pankaj Sharma, Executive Vice President, Secure Power Division da Schneider Electric Impacto no IT
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10. Até 2023, metade dos esforços das empresas para automação do negócio e construção de forças de trabalho híbridas serão atrasadas ou mal-sucedidas devido à falta de investimento na construção de equipas de IT, segurança e DevOps com as qualificações e ferramentas adequadas "O sucesso virá da capacidade de investimento, captação/retenção de talento qualificado e sobretudo da capacidade do negócio e o IT, dentro das organizações, estarem em perfeita sintonia relativamente a objetivos e estratégia definidos. O IT e respetivas equipas, deverão garantir resiliência, flexibilidade e capacidade de adaptação, sendo que o negócio deverá assegurar as melhores condições possíveis para que tal aconteça" Vasco Teixeira, Manager da Michael Page Information Technology Impacto no IT
Estratégia
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